O ex-presidente da Andrade Gutierrez, Otávio Marques de Azevedo, prestou novo depoimento ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nesta quinta-feira (17) e, de acordo com advogados, mudou a versão relatada anteriormente: ele disse que não houve pagamento de propina para a campanha de Dilma Rousseff e Michel Temer em 2014. Segundo informações do jornal Folha de S. Paulo, o depoimento, no contexto da ação movida pelo PSDB para apuração de irregularidades na campanha da chapa Dilma-Temer, foi prestado ao ministro Herman Benjamin. Em setembro deste ano, Azevedo afirmou que a empresa fez o pagamento de R$ 1 milhão à campanha em março de 2014, a título de propina, destinado ao diretório do PT, para a campanha. Agora, Azevedo afirmou que estava “retificando” a versão e alegou ter se confundido, e que a natureza da doação era lícita. A alteração ocorre cerca de dez dias após a defesa da ex-presidente Dilma apresentar documentos que indicam que a entrada do repasse foi feita pela conta de Temer. Com isso, o atual presidente poderia se prejudicar com o avanço do processo e eventual cassação da chapa. “Ele apresentou a nova versão, dizendo que se equivocou e que, ao contrário do que disse, não houve da Andrade Gutierrez nenhum valor de propina para a campanha presidencial de 2014. Nem para a Dilma, nem para o PMDB, nem para a chapa”, afirmou o advogado do executivo, Gustavo Guedes. “Dos 25 testemunhos de acusação, [o de Azevedo] era o único que dizia que tinha alguma irregularidade na campanha. Hoje cai por terra toda e qualquer acusação de irregularidade na arrecadação de campanha de Dilma e Michel Temer”, afirmou o advogado da campanha de Dilma, Flávio Caetano, que entrou com ação por falso testemunho contra Azevedo.
Bahia Notícias