O Exército de Israel anunciou hoje (19) que há um ano e meio envia ajuda humanitária à população civil síria localizada próximo à borda do planalto ocupado de Golã. “A operação Boa Vizinha acontece à noite e as atividades principais são o envio de comida, combustível e qualquer item que ajude as pessoas do outro lado”, explicou o comandante israelense Amijai, da Brigada Golani, em um comunicado divulgado hoje. A informação é da EFE.
Segundo a nota, a primeira atividade humanitária aconteceu em agosto de 2016 e até hoje foram realizadas 110 operações deste tipo. “Trabalhamos diariamente para distribuir toneladas de comida, óleo, açúcar e farinha, entre outros itens, como geradores de eletricidade e medicamentos”, afirmou a um grupo de jornalistas um alto oficial militar nesta quarta-feira, nas Colinas de Golã.
Ele explicou, sem entrar em detalhes, que os alimentos e utensílios são transportados de caminhão até a zona fronteiriça. Em seguida, os portões que separam os territórios se abrem e as mercadorias são descarregadas, para que as ONGs que trabalham na Síria as distribuam para as famílias. “Confiamos na responsabilidade dos beneficiados”, afirmou o militar, ao ser questionado sobre a possibilidade de os produtos caírem nas mãos de milícias ou organizações terroristas.
Até agora, os israelenses tinham informado apenas que já proporcionaram tratamento médico, em centros de saúde do norte do país, a cerca de três mil sírios, que eram imediatamente devolvidos à Síria quando recebiam alta. Segundo Israel, 20% da fronteira compartilhada com a Síria são controlados por forças leais ao governo do presidente Bashar Al Assad e grupos ligados à milícia xiita Hezbollah.
Outros 65% da região de fronteira estão nas mãos de grupos rebeldes, incluindo a Frente da Conquista do Levante (ex-Frente al Nusra, filial da Al Qaeda na Síria) e o resto, com cerca de mil milicianos, está sob o domínio do Estado Islâmico. Nessa parte da fronteira vivem cerca de 200 mil cidadãos da região de Huran, onde não houve uma crise humanitária, mas sim uma falta de recursos básicos, segundo dados do exército israelense.
O coronel israelense Shaul afirmou em um comunicado que há um batalhão de seu país encarregado de proteger as populações das casas de campo sírias vizinhas e enviar a ajuda humanitária que precisam as organizações que trabalham do outro lado da fronteira.
Agência Brasil