Pesquisadores comprovam que jovens adultos que tiveram experiências negativas no Facebook, como assédio moral, mal-entendidos ou contatos indesejados, têm um risco significativamente maior de sofrer de depressão.
O trabalho, publicado no Journal of Adolescent Health, foi feito pela faculdade de saúde pública da Universidade Brown, nos Estados Unidos. Os pesquisadores mediram a prevalência, a frequência, a natureza e a gravidade das experiências interpessoais negativas relatadas por 264 usuários.
Um dos diferenciais da pesquisa é que, como ela inclui jovens adultos, foi possível medir a condição dos participantes antes do advento do Facebook, o que traz um resultado um pouco mais preciso sobre a influência da rede social. Isso porque nem sempre é possível saber o que vem primeiro: a depressão e os sentimentos de baixa autoestima ou a experiência negativa na internet.
Dentre os participantes, 82% relataram ter tido pelo menos uma experiência negativa desde que começaram a usar a rede social. E 63% afirmaram ter tido quatro ou mais delas. Do total, 24% apresentaram níveis moderados a graves de sintomas depressivos.
Após isolar fatores que pudessem influenciar os resultados, como o nível de emprego e saúde mental dos pais dos usuários, por exemplo, os pesquisadores identificaram um risco cerca de 3,2 vezes mais alto de sintomas depressivos nos participantes com experiências negativas no Facebook.
O tipo de experiência, claro, interferiu nos resultados. A ocorrência de bullying foi associada a um risco 3,5 vezes mais alto e a de contatos indesejados, a uma elevação mais discreta, de 2,5 vezes. A frequência também contou bastante, exceto para o bulying – um único caso foi suficiente para gerar consequências.
uol