O Governo da Bahia vem trabalhando na preservação e na conservação do patrimônio natural do estado, a partir do planejamento e da execução de políticas públicas. Na quarta-feira (7), uma missão composta por representantes do governo e agricultores de Moçambique, do Governo da Bahia e do Banco Mundial conheceu a experiência desenvolvida no Parque Estadual da Serra do Conduru, localizado no Território de Identidade Litoral Sul. O parque é um exemplo de política estadual de combate aos efeitos do aquecimento global, por meio da recuperação de áreas degradadas e conservação da biodiversidade.
No entorno no parque vivem mais de duas mil famílias de agricultores familiares, integradas nesse processo de conservação ambiental, por meio de ações promovidas em parceria com a sociedade civil. Para o gestor da Coordenação Executiva de Pesquisa, Inovação e Extensão Tecnológica (Cepex), da Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), José Tosato, que acompanha a missão, o grupo pôde vivenciar a relação das áreas de conservação com diversas organizações da sociedade, uma dificuldade encontrada em Moçambique. “Aqui já construímos uma rede muito grande de organizações da sociedade civil, sejam associações e cooperativas da agricultura familiar, sindicatos de trabalhadores, federações e organizações socioambientais”.
O moçambicano Paulo Barros, que trabalha na Administração Nacional das Áreas de Conservação (Anac), na Direção de Turismo e Utilização Sustentável, afirmou que durante o encontro foi possível notar o envolvimento da administração das áreas de conservação com as comunidades. “A experiência que levo para Moçambique é que para fazer uma gestão de um parque, de uma área de conservação, é necessário o envolvimento das comunidades, que são os potenciais parceiros que podem levar adiante o trabalho, e que não é necessário muitos recursos para manter uma área de conservação, mas sim uma ação conjunta”.
Erica Campos, gestora da APA de Costa de Itacaré/Serra Grande, uma região importante de conservação, onde está localizado o Parque do Conduru, ressalta que no local são encontradas as maiores biodiversidades do mundo. “Na área de proteção ambiental existem comunidades de agricultura familiar e quilombolas, que vivem do trato com a terra, da produção familiar tanto para subsistência quanto para a produção de cacau sistema cabruca. É importante que nos programas desenvolvidos na área de proteção ambiental e no entorno do Parque do Conduru nós estejamos envolvidos com diversas associações e parcerias da sociedade civil organizada que visam gerar renda para esses agricultores unindo produção com conservação da biodiversidade”.
A missão faz parte do acordo de cooperação Sul-Sul e tem o objetivo de promover um intercâmbio entre os governos brasileiros e de Moçambique, para o qual estão sendo apresentadas experiências baianas desenvolvidas nas áreas de conservação, regularização ambiental e fundiária. A iniciativa é do projeto Bahia Produtiva, executado pela Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), empresa pública vinculada à SDR, e financiado pelo Banco Interamericano Reconstrução de Desenvolvimento (Bird/Banco Mundial).
Secom