Neste artigo, vamos examinar algumas das principais facilidades e dificuldades para iniciar e desenvolver relacionamentos amorosos.
O ser humano é um animal que se casa
Existem espécies de animais que “casam” (formam parcerias duradouras), como as araras azuis, e espécies de animais que não casam, como as tartarugas (só se relacionam conjugalmente na época da cópula. Depois, cada uma vai para o seu lado). O ser humano é um animal que se casa. Estima-se que 92% das pessoas do nosso planeta se casam pelo menos uma vez na vida. Embora haja diversos tipos de casamento (monogamia ou poligamia, por exemplo), em todas as culturas, e em todas as épocas, sempre existiu alguma forma de casamento.
Como o ser humano é um animal que se casa, ele deve estar preparado para as atividades que levam ao casamento: escolher parceiros, flertar, namorar, casar. Essas atividades, para serem bem sucedidas dependem de vários tipos de motivações e habilidades.
PARA A MAIORIA DAS PESSOAS, É FÁCIL INICIAR E DESENVOLVER RELACIONAMENTOS AMOROSOS
Boas notícias! Muita gente pensa que são necessárias qualidades e habilidades excepcionais para atrair bons parceiros e desenvolver relacionamentos amorosos. Isto não é verdade. De fato, as pessoas com um nível de atratividade médio possuem recursos que são mais do que suficientes para atrair parceiros, provocar apaixonamentos e desenvolver ótimos relacionamentos amorosos.
Vamos examinar agora várias evidências que indicam que o médio é atraente
O rosto médio é mais atraente do que os rostos que discrepam da média
Na Melanésia, o rosto médio era mais atraente do que os rostos diferentes
Bronislaw Malinowisky, um dos mais famosos antropólogos do século passado, observou que na Melanésia, onde viveu um bom tempo com os nativos, àquelas pessoas que tinham atributos físicos médios (cor média, nariz de tamanho médio, corpo médio, etc.) em relação à população local eram consideradas mais bonitas do que aquelas que tinham atributos mais discrepantes da média da população local. (Isto foi relatado no seu livro “A Vida Sexual dos Selvagens”)
Rostos artificiais com características médias são mais atraentes do que rostos reais que tenham características que discrepam
Alguns estudos verificaram que fotos de rostos artificiais, montadas a partir das medidas médias de várias fotos rostos reais, eram mais belas do que as fotos destes rostos reais. Por exemplo, um desses estudos desenvolveu programas de computador para criar fotografias de rostos artificiais que apresentavam características que eram médias em relação aos rostos reais em que foram baseados. Por exemplo, o computador era programado para medir a largura das testas das fotografias de várias pessoas. Em seguida, esse programa calculava a média destas larguras e montava uma testa que tinha esta média. Fazia algo semelhante com outros componentes faciais, tais como, boca, nariz, olhos, sobrancelhas, etc.. Estes rostos artificiais foram julgados por diversos tipos de pessoas, de diversas culturas, como mais bonitos do que os rostos reais que lhes deram origem.
Pessoas medianamente atraentes têm facilidade para marcar encontros com desconhecidos
Sempre que alguém manifesta o temor de que não possui qualidades suficientes para atrair parceiros amorosos, me lembro da pesquisa realizada por Russel D. Clark e Elaine Hatfield, na Universidade Estadual da Flórida. Nesta pesquisa, nove estudantes abordaram desconhecidos do sexo oposto e, após uma breve introdução, apresentaram um dos três seguintes convites (o tipo de convite era sorteado antes da ocasião): “Você quer sair comigo hoje à noite?”, “Você quer ir ao meu apartamento?” ou “Você quer dormir comigo?”. Aqueles que convidavam eram medianamente atraentes e os convidados eram atraentes para aqueles que os convidavam. O que mais chama a atenção nos resultados desta pesquisa é a grande percentagem de aceitações do convite para o encontro: 50% dos homens e 53% das mulheres o aceitaram! Ou seja, em média, para cada dois convites, pelo menos um foi aceito. É bom lembrar que quem convidava era medianamente atraente e os convidados eram atraentes, pelo menos para aqueles que os convidavam. Provavelmente muitos daqueles que não aceitaram o convite já eram comprometidos ou ficaram desconfiados desta forma de abordagem. Incrível não é?
Se esta percentagem de aceitação aqui no Brasil for semelhante às percentagens americanas, só ficaria só quem não apresentasse convites. Mesmo que as percentagens de aceitação aqui no nosso país fossem metade das americanas, já estaria bom demais!
Um levantamento informal que fiz nas minhas aulas de faculdade confirma os resultados da pesquisa americana. Perguntei para os meus alunos: “Se alguém medianamente atraente, do seu nível socioeconômico, convidasse você para sair e você não estivesse comprometido com outra pessoa, você aceitaria?” Quase todo mundo respondeu que sim.
Preferimos marcar encontro com alguém do nosso nível
Um estudo revelou que as pessoas ficam mais à vontade para sair com parceiros que tenham níveis de atração semelhantes aos delas próprias do que com parceiros muito mais ou muito menos atraentes. Neste estudo, em primeiro lugar, foi avaliado o grau de atração de cada participante. Em seguida, foi pedido para que eles ordenassem fotografias de pessoas do sexo oposto, de acordo com seus graus de atração (havia uma boa dose de acordo entre os participantes nesta ordenação). Em seguida, foi solicitado aos participantes que escolhessem alguém desta lista para um encontro real que ocorreria naquela noite. Nesta tarefa, os participantes geralmente escolheram alguém que tinha um grau de atração semelhante aos deles próprios, ao invés de escolherem alguém muito mais ou muito menos atraente do que eles próprios. Ou seja, podemos até saber quem é mais atraente em um conjunto de possíveis parceiros, mas tendemos a ser realistas na hora de marcar encontros: escolhemos alguém que “podemos encarar”, ou seja, que tenham um nível de atração semelhante aos nossos.
PESSOAS QUE TEM DIFICULDADE PARA INICIAR E/OU DESENVOLVER RELACIONAMENTOS AMOROSOS
Os parágrafos acima apresentam evidências de que iniciar e desenvolver relacionamentos é relativamente fácil. No entanto, certas pessoas têm muitas dificuldades nesta área. Vamos enumerar aqui alguns dos motivos dessas dificuldades.
Principais dificuldades para iniciar relacionamentos amorosos
Existem diferentes motivos para esse tipo de dificuldade:
– Dificuldades para frequentar locais e atividades onde existem possíveis parceiros adequados.
– Dificuldades para escolher parceiros adequados
– Dificuldades para sentir atração, apaixonar ou amar
– Dificuldades para atrair parceiros que tenham os atributos desejados.
– Dificuldades para flertar
– Dificuldades para seduzir e cativar
Principais dificuldades para desenvolver e manter relacionamentos amorosos
Certas pessoas conseguem atrair os parceiros desejados, mas o relacionamento não dura ou não progride para outros estágios de intimidade e compromisso. Os principais motivos para essas dificuldades são os seguintes.
– Escolha de parceiros inadequados
– Falha na manutenção do grau adequado de satisfação no relacionamento
– Grau inadequado de investimento no relacionamento
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