O apresentador Luciano Huck, que chegou a cogitar a candidatura à Presidência em 2018, acha que a esquerda brasileira não mostra hoje capacidade e disposição a dialogar.
Já o governo de Jair Bolsonaro, cujas propostas econômicas ele elogia, concentra pessoas com mais de 60 anos, em um momento em que a política precisa de renovação e modernização.
Diálogo e renovação são as ferramentas que Huck, alguém que afirma querer participar mais da política mas evita citar candidatura, sugere para tentar cicatrizar as feridas abertas na última eleição.
Em Davos para participar da reunião anual do Fórum Econômico Mundial, ele interrompeu as férias para debater em um painel sobre reconstrução da confiança da sociedade: “Temos que fazer uma construção de novas lideranças, o maior investimento que a gente pode fazer nos anos que estão aí é tentar construir um projeto de país que priorize as pautas que eu acho que de fato são transformadoras, sobretudo educação, redução de desigualdade no Brasil. E para implementar essas pautas você precisa de lideranças novas”.
Sobre o papel da esquerda na atual conjuntura política, Luciano Huck acredita que “falta capacidade e a boa vontade de dialogar” com o novo governo, que “do ponto de vista econômico tem boas ideias”.
Ele, no entanto, pontuou sobre possíveis divergências de opiniões que podem surgir no cenário e recomenda que daqui para frente as pessoas tenham maior participação na discussão política. “Nas pautas nas quais a gente não concorda, que não são poucas, a gente vai ter que ficar vigilante e ter a capacidade de dialogar, criticar e apontar caminhos”, disse.
Bahia Notícias