Os recentes ataques com drones a unidades petrolíferas na Arábia Saudita devem deixar o preço dos combustíveis mais altos no Brasil nas próximas semanas. Apesar das expectativas, representantes dos postos negam uma possível corrida aos estabelecimentos e descartam a possibilidade de faltar produtos à base de petróleo.
“A escassez de combustível é inimaginável. Produto não está faltando no mercado”, garante o presidente do Sincopetro (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de São Paulo), José Alberto Paiva Gouveia.
De acordo com a Fecombustíveis (Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes), “não existe a menor possibilidade” de corrida aos postos ou falta de combustíveis.
“O que pode ocorrer, conforme já foi divulgado, é o aumento de preços do barril do petróleo no mercado internacional em até 10%”, afirma a associação.
Somente nesta segunda-feira (16), preços do petróleo dispararam quase 15%, maior alta diária em mais de 30 anos. A valorização levou o barril do Brent, valor de referência internacional, a ser vendido por R$ 282 (US$ 69,02).
Para Gouveia, do Sincopetro, não há dúvida de que o repasse de preços chegará aos bolsos dos motoristas nas próximas semanas, quando chegarem ao Brasil os navios com os derivados de petróleo mais caros.
“Todo produto importado, principalmente o óleo diesel, deverá chegar no Brasil com um preço novo entre 10 e 12 dias. Vindo com o valor reajustado, com certeza absoluta, a Petrobras não assumirá o prejuízo e vai repassar isso para as distribuidoras. Assim o reajuste chegará aos postos de gasolina”, explica ele.
Gouveia também não vê motivo para corrida aos postos. “No Brasil hoje, 65% do consumo de combustível é de etanol e 35% é de gasolina. Se tiver movimentação, não é sobre os 100%.”
R7