Familiares e amigos do menino morto em frente a uma lanchonete em São Paulo pediram justiça durante protesto no estabelecimento. O protesto foi chamado pela família de João Vitor, o menino de 13 anos que costumava vigiar carros em troca de lanches e moedas em frente à loja da rede de fast food Habib´s de Vila Nova Cachoeirinha, Zona Norte de São Paulo.
João Vitor morreu próximo à lanchonete, no domingo de carnaval. Até essa quarta-feira, tanto a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, quanto a rede de lanchonetes explicavam que a morte do menino, por uma parada cardiorrespiratória, poderia ter sido provocada pelo uso de lança-perfume.
Mas imagens de câmeras de segurança da região, divulgadas nessa quinta-feira, mostram que o menino foi arrastado e agredido por seguranças da loja. Imagens que revoltaram a prima de João Vitor, Aline Cardoso.
A versão já era refutada por uma testemunha na hora das agressões. A catadora de material reciclado Silvia Helena Croti se colocou à disposição para prestar depoimento, mas foi dispensada pelos policiais.
Para Ariel Castro Alves, do Condepe, o Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana, a dispensa da testemunha mostra que houve falta de interesse na apuração da morte de João Vitor.
Durante o protesto, a mãe de João Vitor, Fernanda Souza, mostrava o crachá da empresa de ônibus onde trabalha como faxineira como uma forma de explicar que o filho não merecia morrer só porque pedia umas moedas.
João Vitor vivia com a mãe na favela do Peri Alto, que fica perto da lanchonete onde o menino morreu. Mãe e filho são negros.
Em nota, o Habibs informou que está colaborando com as investigações e que, depois da divulgação das imagens das câmeras de segurança, afastou os seguranças envolvidos até que o caso seja esclarecido.
ebc