O principal suspeito pelo assassinato da família de um policial militar em São João Meriti, na Baixada Fluminense, prestou depoimento na tarde desta quarta-feira (19) e disse que não tem noção do que aconteceu. Leonardo Gomes Gregório, de 25 anos, foi conduzido por policiais para ser ouvido na DHBF (Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense). Ele chegou ao local chorando.
O sargento da PM Cristiano José Martins costumava tomar café da manhã com a família todos os dias antes de ir para o batalhão da Praça da Harmonia (5º BPM), onde é lotado.Ao chegar à residência no bairro Parque Tietê, por volta das 8h, o militar encontrou a mãe, o irmão e mais duas crianças mortos.
De acordo com a DHBF, Marilene José Martins, de 60 anos, “foi morta em decorrência de lesões produzidas por ação contundente” e Fernando José Martins, de 36 anos, foi morto a facadas. Já as duas meninas, identificadas como Kauane, de 7 anos, e Hester, de 5, foram estranguladas. Além da família, um dos cachorros da casa também foi morto.
As armas usadas no crime foram deixadas no local e apreendidas pela polícia. A mãe do policial teria sido a primeira a ser morta. Segundo o delegado responsável pelo caso, Geniton Lages, a idosa tentou se proteger do criminoso.
— No momento em que ela abriu a porta e percebeu o autor, ela tentou virar a chave para tentar fechar a porta e não conseguiu. Foi obstada nessa intenção e, aí sim, golpeada.
Marilene criava as duas meninas. A mãe biológica das crianças é moradora de rua e viciada em crack. O pai também não tinha condições de cuidar das filhas. Nesta quinta-feira (20), haveria uma audiência na Vara de Família de São João de Meriti para definir o futuro das crianças. A polícia investiga se a disputa pela guarda pode ter motivado o crime.
O único sobrevivente foi o irmão de Marilene. Roberto José Martins dormia em um quarto nos fundos. Ele também foi ouvido pela polícia nesta quarta. O sargento Cristiano prestou depoimento durante toda a tarde na Delegacia de Homicídios. Ao sair da delegacia, o sargento não quis se manifestar sobre o assunto.
Pela violência empregada na ação, o delegado não descarta a possibilidade de crime passional.
R7