Uma das causas mais comuns das dores nos pés, a fascite plantar é uma condição inflamatória que afeta a fáscia plantar, tecido que se estende por toda a musculatura da sola do pé. De acordo com pesquisa feita pelo Hospital Israelita Albert Einstein, o problema atinge cerca de 2 milhões de brasileiros por ano – ou cerca de 10% das pessoas em algum momento da vida.
Segundo Fernando Delmonte, médico ortopedista do Centro Integrado da Coluna Vertebral (CICV), a inflamação se forma devido a um estresse prolongado da região, causado pelo estiramento excessivo da fáscia plantar. “Muitas vezes, essa condição é ocasionada pela lesão de um esforço repetitivo da fáscia plantar, mas também está relacionada a processos degenerativos. Algumas práticas podem agravar a inflamação, como exercícios físicos intensos, corrida excessiva, falta de atividade física, ficar em pé por longos períodos e uso de calçados impróprios. As mulheres, por exemplo, são mais propensas a desenvolver fascite, por conta do uso de sapatos que sobrecarregam as estruturas do pé”, explica.
De acordo com o ortopedista, que é especialista em pé, é comum para quem sofre dessa condição acordar com fortes dores no pé, logo ao dar os primeiros passos. “É um desconforto que incomoda, de forma intensa, nas primeiras pisadas do dia, mas alivia com o passar do tempo, após o ato de caminhar. Outro sinal é a dificuldade para elevar o pé em direção à canela, fazendo uma dorsiflexão do pé”, ressalta.
Como descobrir a fascite plantar?
O diagnóstico da fascite plantar é feito através de exame físico do pé, com a realização de exames como ressonância magnética ou ultrassom, para identificar a origem da dor e a proporção da inflamação.
Como aliviar a dor?
O tratamento da condição, segundo Fernando, engloba desde o tratamento focado em aliviar a dor, com medicações, anti-inflamatórios e infiltrações, até terapias associadas e mudanças de hábitos pelo paciente, a fim de minimizar o fator causador da fascite plantar.
“Entre as possibilidades terapêuticas, além do tratamento farmacológico, a fisioterapia e a prática de alguns exercícios de alongamento são fundamentais para a recuperação adequada. Somado a isso, é importante que a pessoa use calçados e palmilhas específicos, evite atividades que agravem a dor e busque uma reeducação da atividade física, pois o sedentarismo é um dos fatores associados à doença”, orienta o ortopedista.