Considerado favorito para assumir a presidência do Senado, em substituição ao Renan Calheiros (PMDB-AL), Eunício Oliveira (PMDB-CE) nega a acusação de ter recebido propina, feita pelo ex-executivo da Odebrecht Cláudio Melo Filho. “Isso não aconteceu. Ir em empresas para pedir contribuições era regra. Cadê a entrega desse dinheiro? Quem recebeu? Quero que alguém diga ‘entreguei para o Eunício’. Sei o que não fiz e quero tranquilizar meus pares em relação a isso”, afirmou, em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo. Melo Filho aponta que o repasse, no valor de R$ 2,1 milhões em propina, era relativa à aprovação da Medida Provisória 613, referente ao desconto do PIS/Paseb e da Cofins destinado a produtores ou importadores de etanol. “A MP 613. Não fui presidente da MP, não fui líder, vice-presidente, relator, não fiz uma emenda supressiva ou aditiva…”, acrescenta, atribuindo as acusações dos depoimentos a “desespero”. “Porque as pessoas, numa hora dessas de desespero, falam e ninguém pode impedir”. Questionado sobre a eleição na Casa – ele integra um grupo que comanda o Senado há alguns anos – ele minimiza sua associação com outros líderes, como Renan. “Se eu tivesse que ser de algum grupo [no PMDB], seria da Câmara. O presidente Renan tem um estilo. O meu jeito já foi demonstrado por onde passei. O Senado não pode ficar batendo carimbo. Durante cinco anos, não houve diálogo com a Câmara”. O congressista nega também que tenha participado de um acordo para o fatiamento do processo do impeachment, em troca do apoio do PT a sua candidatura. “Isso nunca foi tratado, nem com o presidente Lula. Conversei com o líder do PT [Humberto Costa], com Jorge Viana (PT-AC), Paulo Rocha (PT-BA), inclusive com Lindbergh (PT-RJ), dizendo: “não misturem as coisas. Aqui é o espaço que vocês conquistaram nas ruas e quero preservar”.
Bahia Notícias