Dois suspeitos de envolvimento na morte da adolescente Bruna Santana Mendes, de 16 anos, encontrada enrolada em um saco plástico após ficar desaparecida por mais de dois dias, na cidade de Feira de Santana, a 100 km de Salvador, foram presos nesta sexta-feira (23), informou a Polícia Civil.
Os suspeitos, um jovem de 18 anos e outro de 20, tiveram mandados de prisão decretados pela juíza Márcia Simões Costa. A polícia não informou onde eles foram localizados.
Pouco antes das prisões, a polícia disse ter encontrado, em uma casa vizinha à residência do primo de Bruna, no bairro Jardim Cruzeiro, em Feira, sacos plásticos parecidos com o que foi usado para enrolar o corpo da vítima. A jovem, que era da cidade de Serra Preta, estava hospedada na casa do primo por alguns dias.
“Esses sacos já foram recolhidos e, agora, a gente tenta fazer essa comparação com o saco que foi utilizado para enrolar e deixar a vítima no local e para saber se tem algum tipo de ligação”, disse o coordenador regional da Polícia Civil da cidade, Roberto Leal.
A polícia não informou se os suspeios presos tem alguma relação com o imóvel onde os sacos foram encontrados. Nesta sexta, várias pessoas prestaram depoimento sobre o caso no Complexto de Delegacias do Sobradinho.
A autopsia realizada no corpo da jovem apontou que a vítima morreu após ser esganada. A suspeita de que ela tenha sido também estuprada ainda é investigada. A polícia aguarda o resultado do exame que pode comprovar se houve o abuso.
Bruna desapareceu no domingo (18), enquanto voltava para a casa de parentes onde estava hospedada, em Feira de Santana, após um encontro com um jovem também de 16 anos em um shopping da cidade. A garota foi encontrada morta na quarta-feira (21), em uma localidade conhecida como Anel de Contorno, que fica nas proximidades da casa para onde ela iria.
A mãe do adolescente de 16 anos que se encontrou com Bruna antes de ela desaparecer disse que o filho está sendo ameaçado nas redes sociais, por acharem que ele tenha algum envolvimento no crime. Ela relatou ainda que não tem saído de casa.
“Meu filho está sem poder ir à escola. As pessoas não sabem bem o resultado de tudo isso e já condenam e critiam meu filho. Eu peço a essas pessoas que parem, porque quando o verdadeiro culpado for pego eu vou tomar minhas providências. Quem está compartilhando, publicando e mandando esses tipos de mensagens nas redes sociais vai se ver com a Justiça, porque eu vou procurar a Justiça”, disse Isabele Linhares.
Caso
Bruna estava em Feira de Santana há apenas 15 dias. A adolescente foi para a cidade para realizar exames médicos e tirar alguns documentos pessoais. Ela estava hospedada na casa de um primo, localizada no bairro Jardim Cruzeiro.
Segundo a família, no domingo (18), ela teria ido ao shopping com um namorado, e uma prima ficou de buscá-la no empreendimento por volta das 17h, ao final do encontro.
Como o telefone da jovem estava quebrado, as duas terminaram se desencontrando no estabelecimento comercial, e Bruna pegou um mototaxista para retornar até o bairro Jardim Cruzeiro. Depois de descer no ponto, ela acabou desaparecendo, segundo a polícia.
Imagens de uma câmera de segurança mostram uma moto na região do shopping, com uma pessoa na garupa, por volta das 18h45. A família e a polícia acreditam que seja Bruna.
Quando foi achada morta, dois dias depois, o corpo de Bruna já estava em estado avançado de decomposição. Ela vestia apenas uma calcinha e tênis — o que levou os investigadores a suspeitarem do abuso sexual.
O corpo foi encontrado depois que populares relataram forte odor. Moradores disseram ter visto o saco na área desde segunda-feira pela manhã, segundo a polícia.
A garota foi enterrada, na manhã de quinta-feira, na cidade de Serra Preta, a cerca de 150 km de Salvador, onde morava. A cerimônia foi realizada no cemitério do distrito de Ponta de Serra Preta. Dezenas de familiares e amigos da adolescente compareceram ao enterro.