Uma profissão que exerce um papel essencial à sociedade, em especial ao consumidor que procura produtos frescos e com valores acessíveis. O feirante, que faz parte do dia a dia de muitas pessoas, comemora, nesta quinta-feira (25), o seu dia. A data foi escolhida em homenagem à primeira feira livre montada em São Paulo, em 25 de agosto de 1914. Em Salvador, são quase mil trabalhadores licenciados pela Prefeitura, através da Secretaria Municipal de Ordem Pública (Semop), que atuam diariamente em 19 espaços, em busca do próprio sustento, mantendo o legado de uma das profissões mais essenciais para a população.
No Núcleo de Abastecimento, Comércio e Serviços (Nacs) de Itapuã, na Avenida Dorival Caymmi, o consumidor encontra de tudo um pouco. Gêneros alimentícios, roupas, produtos religiosos e até eletrônicos podem ser acessados pela população. A feirante Claudia dos Santos, de 50 anos, atua no local há 15 anos vendendo produtos diversos, a exemplo de feijão verde e queijo coalho. “É muito gratificante, me sinto bem no que faço e pelo trabalho que tenho. Eu dou tudo de mim para conquistar os fregueses e já criei uma clientela cativa”.
Vendedora de frutos do mar, Joanice dos Santos está na feira desde a abertura no local, em 2005. Antes, ela já atuava no ramo desde os 19 anos. Aos 54 anos, Joanice avalia a profissão de forma positiva. “Isso aqui é nossa sobrevivência, de onde tiro meu sustento. Graças à feira, minha filha hoje cursa medicina, vai se formar no final do ano. Eu não consigo me ver em outra profissão. Sou formada em pedagogia, mas prefiro dez vezes mais ser feirante”.
Conhecida por todos que frequentam Itapuã, Luzineide Silva, ou simplesmente Lu, contabiliza quase duas décadas de feira. Aos 48 anos, ser feirante para ela é um orgulho. “Meu pai me criou aqui, eu criei minha filha aqui e continuo trabalhando com amor. É cansativo, mas é gostoso”.
Especialista em produtos religiosos, Carolina Alves, de 38 anos, conta que está na profissão desde a barriga da mãe. “Eu estava sempre por aqui com meu pai e minha mãe, e resolvi seguir os passos deles. É bom demais, agradeço muito. A feira ajuda no sustento da minha família. O ruim é não ter férias”.
Vendedor de bebidas no local, Josué Santos, de 65 anos, tem 25 anos de feira sempre comercializando os mesmos produtos. “Ser feirante, para mim, é ter cuidado com o cliente, acordar cedo, trabalhar o dia todo e no dia seguinte estar de volta. É minha rotina de minha vida e tenho prazer em vir trabalhar. Eu já tive outras profissões, mas ser feirante é a minha vida”.
Gestão – As feiras administradas pela gestão municipal estão localizadas nos bairros de Boa Viagem, Bonfim, Castelo Branco, Cosme de Farias, Fazenda Coutos, Fazenda Grande do Retiro, IAPI, Imbuí, Liberdade, Largo do Tanque, Lobato, Mussurunga, Nordeste de Amaralina, Parque da Cidade, Tancredo Neves, Vale das Pedrinhas, Stella Mares e Valéria. As feiras móveis funcionam das 6h às 13h, enquanto as fixas têm funcionamento das 6h às 17h.
Cadastro – A Semop possui um cadastro de reserva que é preenchido de acordo com a desistência dos feirantes atuais. Para licença nas feiras regulares, é necessário o preenchimento da solicitação, através do formulário de Requerimento de Feirante, retirado na Coordenadoria de Feiras e Mercados (CFM), na Avenida Cardeal Avelar Brandão Vilela, 2.562.
O solicitante também deve entregar uma foto 3×4, cópias do RG, CPF, comprovante de residência, atestado de Saúde Ocupacional (ASO) e certidão negativa de débitos, emitida pela Secretaria Municipal da Fazenda (Sefaz).
Fotos: Jefferson Peixoto/Secom