Nos últimos anos, os alertas para as doenças crônicas não transmissíveis têm crescido em todo o mundo. Segundo a Organização Mundial da Saúde, essas enfermidades causam a morte de aproximadamente 41 milhões de indivíduos anualmente, representando 71% das mortes globais. No Brasil, doenças como a leucemia, por exemplo, têm uma previsão de mais de 11 mil ocorrências no país, entre 2023 e 2025, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA).
Apesar dos diagnósticos recorrentes de doenças crônicas no país, muitas pessoas ainda desconhecem os sintomas e os fatores de risco que envolvem estas condições. Com isso, a campanha Fevereiro Roxo e Laranja desempenha um papel fundamental na conscientização de doenças como lúpus, fibromialgia, Alzheimer e leucemia.
A biomédica do Instituto de Hematologia de Feira de Santana (IHEF), Aline Neves (CRBM – BA 13696), destaca que a campanha é de fundamental importância na prevenção, diagnóstico precoce e tratamento dessas doenças. “Muitas pessoas desconhecem os sintomas e os fatores de risco. As campanhas ajudam na informação sobre os sinais que são fundamentais para levar à busca por ajuda médica. No caso de doenças como Alzheimer, lúpus ou fibromialgia, ainda há muito estigma e desinformação. Nesse sentido, campanhas como esta ajudam a esclarecer mitos e promover a compreensão”, explica.
A especialista reitera que as campanhas também criam redes de apoio para pacientes e familiares, promovendo empatia e suporte emocional. Ela também reforça a importância do diagnóstico precoce no controle da doença, principalmente em casos de leucemia, nos quais o tratamento imediato pode ser decisivo. “Ademais, os exames laboratoriais também cumprem um papel essencial nesses diagnósticos”, reforça.
Exames essenciais
Em relação às doenças representadas na campanha Fevereiro Roxo e Laranja, Aline Neves esclarece que existem exames laboratoriais específicos que ajudam no diagnóstico e prevenção. Contudo, a biomédica esclarece que cada condição também precisa ser investigada de maneira clínica por um especialista da área.
“Embora não haja um exame laboratorial definitivo para diagnosticar Alzheimer, alguns testes são importantes, entre eles: Dosagem de Vitamina B12 e TSH, para descartar outras causas de demência; Líquor, classificado como uma análise de biomarcadores específicos no LCR (beta-amiloide e proteína tau); Painel metabólico completo, essencial para avaliar funções renais, hepáticas e identificar desequilíbrios que podem imitar demência”, esclarece.
Para auxiliar o diagnóstico da lúpus, a biomédica aponta exames como o FAN (Fator Antinuclear); Teste de triagem inicial; Anti-DNA de dupla hélice; Anti-Sm, exame altamente específico para lúpus; Complemento sérico (C3 e C4), com níveis baixos indicando atividade da doença; Hemograma completo, importante para verificar anemia, leucopenia ou trombocitopenia.
Em relação à fibromialgia, existem exames que são usados para descartar outras condições com sintomas semelhantes, a exemplo do hemograma completo, ideal para excluir anemia ou infecções. Exames como TSH e T4 livre são fundamentais para descartar hipotireoidismo. Já exames de Cálcio e Vitamina D ajudam a descartar deficiências que podem causar dores musculares.
“O diagnóstico de leucemia depende de exames específicos que avaliam alterações nas células sanguíneas. Para isso, um Hemograma Completo é um exame inicial e ideal para direcionar investigações mais detalhadas”, aponta.