Sandra dos Santos, viúva de Asa Branca, morto em fevereiro de 2020, está na Justiça contra três dos cinco filhos do locutor, lutando pela herança do marido. Ela, que foi casada por 12 anos no papel, contou ao R7 que em 2015, antes mesmo de ficar doente, Asa Branca fez um documento registrado em cartório passando todos os direitos autorais para a mulher.
“Os filhos entraram na Justiça contestando esse documento. Estão pedindo tudo o que você pode imaginar, até o meu carro. Pela lei, os filhos teriam direito a 50% e os outros 50% seriam para mim, mas não era essa a vontade do Asa. São filhos que nunca conviveram com ele, que nunca deram bola para ele, não o visitavam, não faziam nada pelo pai. Ele sempre dizia: ‘Se eu dependesse dos meus filhos, meu nome acabava'”, contou Sandra.
Fora os direitos autorais, Asa Branca deixou apenas um terreno em Brasília. No auge da carreira, o locutor chegava a faturar até R$ 1 milhão por mês. Dinheiro no banco? Que nada! Ele preferia guardar o que ganhava debaixo do colchão ou em lugares inusitados, como em um saco de papel de pão. O locutor, inclusive, perdeu algumas quantias por causa da mania.
Mantendo uma vida desregrada por anos, Asa Branca perdeu muito do que ganhou. Eram passeios suntuosos, mulheres e noite varadas com drogas. A vida do locutor tomou um outro rumo quando ele encontrou Sandra, que era uma amiga de infância dele. “Quando reencontrei Asa ele já tinha perdido tudo”, contou ela.
O que ainda há em jogo, segundo Sandra, são também direitos autorais de um filme sobre a vida do locutor de rodeios — que ainda não saiu —, além de um documentário e uma biografia. A mulher de Asa lamentou ter que entrar na Justiça por conta dos bens do marido.
“Fiquei magoada demais, no começou, eu chorei muito, isso aumentou um pouco a minha dor. Agora, eu entreguei na mão de Deus.”
Em outro momento da entrevista, Sandra revelou que só conseguiu mexer nos pertences do marido quatro meses atrás. Ela contou que não tinha coragem que tirar nada do guarda-roupa. “Chegou um momento que eu falei para minha filha que não dava mais, que estava tudo muito pesado. Até o apartamento em que nós morávamos eu não conseguia mais ficar. Colocamos o imóvel para locação e nos mudamos. Daí que eu fui mexer nas coisas deles”, afirmou.
Sandra contou ainda que separou alguns itens do marido que irão para o acervo do locutor. Outras peças foram destinadas à pessoas queridas de Asa Branca e o restante foi doado. “Agora, eu tenho tentado manter a memória dele viva. Mantenho a conta do Instagram, o canal do YouTube, a fã page… Temos planos também para fazer o Instituto Asa Branca, que vai contemplar trabalhos sociais, educação e cultura. Vamos pegar aquele pessoal dos rodeios que não podem mais viver desse trabalho e capacitar. Dependendo do grau da pessoa, a gente vai alfabetizar, informatizar, depois vamos direcionar para o mercado de trabalho. Já está tudo no papel”, explicou.
Sandra encerrou dizendo o quanto foi difícil este primeiro ano sem Asa Branca. “Muito complicado, e ainda para ajudar teve essa pandemia. Não foi fácil, não. Cada dia que passa parece que a saudade vai aumentando ao invés de amenizar, vai piorando. A gente vai levando, né, com muita saudade, mas assim, a vida segue”, finalizou ela.
R7