No ano passado, 3.523 municípios brasileiros registraram 10 milhões de hectares de áreas de florestas plantadas, sendo 7,6 milhões de hectares de eucaliptos, ou o equivalente a 76,3% do total; 2 milhões de hectares de pinus (19,8%); e 387 mil hectares de outras espécies (3,9%). Os dados são da pesquisa Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura (PEVS 2019), divulgada hoje (15) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No total, 4.867 municípios tiveram produção florestal, cujo valor atingiu R$ 20 bilhões, com queda de 2,7% em comparação ao ano anterior, após três anos consecutivos de crescimento. A silvicultura participou com R$ 15,5 bilhões, retração de 5% em relação a 2018, enquanto a extração vegetal (coleta de produtos em matas e florestas nativas) ficou com R$ 4,4 bilhões, mostrando elevação de 6,4% em relação ao ano anterior.
Os produtos madeireiros continuaram preponderantes no setor, respondendo por 97,3% do valor de produção da silvicultura, apesar da retração de 5,3% frente ao ano anterior. Considerando todos os produtos madeireiros juntos, foi relatada queda de 3,3% no valor da produção florestal primária, que engloba extração mais silvicultura. Os produtos madeireiros tiveram participação de 64,5% da extração vegetal, seguidos pelos alimentícios (27,4%), ceras (5,3%) e oleaginosos (2,3%).
Celulose
Na silvicultura, que deteve no ano passado 77,7% do valor de produção, tanto a madeira em tora, quanto a madeira para papel e celulose tiveram queda em valor de produção e em quantidade em relação a 2018. No valor de produção, a diminuição foi de 3% para a madeira em tora e de 11% para a madeira em tora para papel e celulose. Somente lenha teve leve alta de 1,1%.
Dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) revelam que embora tenha obtido o quarto lugar no ranking das exportações brasileiras no ano passado, a celulose registrou queda de 9,7% no valor obtido com o comércio externo, devido à redução de preços no mercado internacional, o que influenciou também a redução interna da produção.
Já no extrativismo, houve aumento do valor de produção em sete dos nove grupos pesquisados, com destaque para tanantes – ricos em taninos (+52,7%). De acordo com a pesquisa, o conjunto de produtos madeireiros com origem em áreas plantadas para fins comerciais teve queda de 5,3% no valor da produção, enquanto os decorrentes da extração vegetal mostraram expansão de 8,8%. Entre os produtos extrativos não madeireiros, destaque para a carnaúba (pó) e o pinhão, com crescimento de 15,8% e 13,6% em termos de valor de produção, respectivamente.
Produção florestal
Por regiões, o Sul e Sudeste concentraram grande parte da produção florestal brasileira, respondendo juntas por 63,8% do total do valor da produção nacional, impulsionadas pelas florestas plantadas. Os estados de Minas Gerais e do Paraná lideraram em 2019 em termos de valor de produção florestal primária, com participações de 22,2% e 17,8%, respectivamente. Apesar da queda de 5,4% na silvicultura, Minas Gerais somou valor de produção de R$ 4,4 bilhões, representativo de 28,3 % do valor nacional da silvicultura, seguido pelo Paraná, com R$ 3,1 bilhões.
Por municípios, a primeira posição no ranking de valor da produção florestal primária foi assumida em 2019 por João Pinheiro (MG), com R$ 263,7 milhões.
A pesquisa detectou aumento de 1,2% nas áreas de florestas plantadas no Brasil no ano passado, o que significa 118,1 mil hectares de cobertura a mais no país, dos quais 79,4% correspondem às áreas de eucaliptos. A região com maior área de floresta plantada em 2019 foi o Sudeste, correspondendo a 35,3% do total.
Minas Gerais continuou liderando em termos de área coberta com espécies florestais plantadas no ano passado, com incremento de 0,8% ante o ano anterior. O predomínio foi de eucalipto. Os municípios sul-mato-grossenses de Três Lagoas e Ribas do Rio Pardo apresentaram as maiores áreas de florestas plantadas do país, de 263,7 mil hectares e 217,3 mil hectares.
Açaí
Entre os produtos extrativos não madeireiros, a PEVS 2019 mostra que a soma do valor de produção teve expansão de 2,3%, alcançando R$ 1,6 bilhão. No grupo de produtos alimentícios, o valor de produção subiu 0,8%, totalizando R$ 1,2 bilhão. A maior participação em termos de valor nesse grupo ficou com o açaí (48,3%). O valor de produção do açaí fruto caiu 0,6% ante 2018, atingindo R$ 588,5 milhões, com destaque para o municípío de Limoeiro do Ajuro (PA), com produção de 42 mil toneladas. A produção de açaí evoluiu 0,5% em 2019, em relação a 2018, somando 222,7 mil toneladas.
Na erva-mate, segundo maior valor de produção entre os não madeireiros, o valor de produção alcançou R$ 393,2 milhões, redução de 1,7% em comparação ao ano anterior, e produção de 362,5 mil toneladas, elevação de 4,5% ante 2018. O Paraná é o maior produtor do país de erva-mate, destacando-se a cidade de Cruz Machado, com 55,4 mil toneladas, correspondentes a 15,3% do total nacional.
Agência Brasil