Único clube do Rio de Janeiro a acertar uma redução salarial com os jogadores, o Fluminense não precisou demitir ou suspender contratos dos funcionários em meio à pandemia do novo coronavírus, indo na contramão dos rivais. O Tricolor também enxugou os gastos com a redução voluntária de 15% dos vencimentos de gerentes, diretores e prestadores de serviços, que tomaram a medida justamente para preservar os salários e empregos de quem ganha menos.
Nas últimas semanas, o clube tem estudado e adotado medidas para minimizar os efeitos da COVID-19 e estima uma economia com as reduções acordadas para manter os empregos. Havia um entendimento interno de que, sem esses cortes nas remunerações, não seria possível passar pela pandemia sem demissões imediatas. O Flu segue analisando os cenários possíveis para reduzir o drama econômico que se encontra atualmente.
Vale lembrar que o Fluminense tem uma dívida com jogadores e funcionários do mês de março da CLT. Estagiários ainda não receberam em 2020. No próximo dia 7 de maio vencerá o mês de abril. Os direitos de imagem dos atletas que têm direito ao benefício estão atrasados desde o ano passado.
Entre os clubes da Série A do Brasileirão, Atlético-MG, Bahia, Botafogo, Ceará, Corinthians, Coritiba, Fluminense, Fortaleza, Goiás, Grêmio, Internacional, Palmeiras, Santos, São Paulo, Sport e Vasco tomaram medidas para enxugar os gastos. Os clubes tem tido diferentes ações para controlar as finanças diante do cenário de crise mundial causada pela pandemia da COVID-19.
Situação dos rivais
Os outros três clubes do Rio de Janeiro ainda estão em processo de resolução da situação. No Botafogo, 45 funcionários foram demitidos nesta segunda-feira. Os salários dos jogadores permanecem da mesma maneira. No caso do Flamengo, houve a demissão de cerca de 60 funcionários. Na última sexta-feira, o clube fez um acordo para redução de 25% nos vencimentos daqueles que recebem mais de 4 mil reais por mês. Os jogadores ainda não estão incluídos nesse grupo, mas vão iniciar conversas.
Vasco, a decisão foi por suspender o contrato de cerca de 250 funcionários por dois meses, entre os dias 1º de maio e 1º de julho. O clube anunciou que continuará pagando 30% do salário bruto dos colaboradores. Uma outra parcela da remuneração dos trabalhadores será de responsabilidade dos órgãos governamentais competentes, com base de cálculo no valor mensal do seguro-desemprego a que o funcionário teria direito.
Salários dos jogadores
As conversas levaram algum tempo, mas jogadores e Fluminense chegaram a um acordo pela redução salarial afim de preservar os empregos do restante dos funcionários. As tratativas envolveram o presidente Mário Bittencourt, o diretor de futebol Paulo Angioni, além de Digão, Igor Julião, Hudson, Nenê, Muriel e Henrique, representantes dos atletas.
Com isso, os salários de março terão redução de 15%, mas os 85% restantes serão diluídos e, portanto, o elenco receberá ao longo do ano. Metade será paga imediatamente e a outra no final deste ano. O mês de abril, em que os jogadores tiraram férias coletivas, também será dividido com a metade do montante devido paga em dezembro.
Os de maio foram diminuídos em 25%. Em junho, caso o futebol retorne, os pagamentos voltam a ser integrais. Caso o Tricolor não honre os compromissos até o o final do ano, as reduções acordadas serão canceladas
R7