Todo mundo já sabe: numa realidade já muito, muito distante… o Ecosport era líder inabalável do segmento que ele mesmo criou no Brasil. Reinado perdido, a Ford não acertou a mão na estratégia para recuperar a posição de destaque entre os SUVs compactos. Mas será que essa estratégia existe?
Um exemplo gritante: nenhuma novidade foi mostrada no último Salão do Automóvel de São Paulo, em novembro, quando público geral e especialistas foram bombardeados por informações e lançamentos de praticamente todas as rivais: um novo Chevrolet Tracker com motor turbo do Cruze; Renault Captur; o interessante Jeep Compass; um hatch fantasiado de SUV como o polêmico Honda WR-V; o já badalado Hyundai Creta; até a chinesa Chery deu mais atenção a SUV que a Ford.
Um novo Eco surgiu, veja só, nos Estados Unidos. E pouca gente por lá entendeu a proposta do modelo. UOL Carros já mostrou o novo estilo e o novo recheio desse novo Ecosport em álbum de fotos e vídeos, direto dos EUA.
Mas fica a questão: o que teremos, quando teremos e como ficaremos aqui no Brasil?
O que aprendemos com o carro visto nos EUA
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Ele está à altura dos novos líderes?
Fato: o Ecosport caiu nas vendas e na vida pelas falhas da Ford em atualizar o modelo de acordo com os anseios do público. Esse novo Ecosport se mostra atualizado em estilo, equipamentos e até em acabamento. Mas há duas questões: 1. Não há nada revolucionário, nada que o coloque à frente dos atuais líderes e possa chamar o público de volta; 2. Fica a dúvida sobre a possibilidade do carro brasileiro ter o mesmo nível do modelo americano. Se for pior, tudo fica mais complicado.
Quando chega?
Segundo informações do nosso colunista Fernando Calmon, especialista em indústria, a Ford empurrou para junho o início de fabricação do novo modelo. As condições atuais do mercado (ainda lento, embora haja interesse por SUV) e as limitações financeiras da própria marca (que não anda bem no Brasil com o revés de alguns de seus modelos, embora Ka e Focus estejam bem posicionados) são responsáveis. Ou seja, vendas mesmo só no segundo semestre, mesmo. De fato, a estratégia de aquecer a presença do Ecosport nos Estados Unidos prejudica ainda mais o lançamento por aqui. Chegará como modelo 2018, direto de Camaçari (BA) com motor 3-cilindros de 1,5 litro entre as opções. Além do conhecido 2.0 para a versão 4×4, os americanos verão o carro com o 1.0 Ecoboost (turbo), mas isso não deve ser reproduzido por aqui de cara — embora, de novo, fizesse mais sentido.
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Faróis maiores e que brincam com a forma de trapézio, grade gigante hexagonal: de fato, a Ford alinhou o Ecosport a modelos como Fusion, Edge e Ranger. Mas rolou uma certa preguiça com a traseira, que quase não mudou. Verdade é que não temos uma geração nova, apenas atualização da segunda geração; ainda assim, poderia haver mais ousadia nessa mexida.
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Vai crescer?
Como não mudou de geração, nem de base portanto, o Ecosport segue sendo apertado e com porta-malas diminuto. Manter o estepe na porta livra alguma área sob o assoalho do bagageiro. E área livre é fundamental no Brasil, onde SUVs compactos têm status exagerado e ainda fazem as vezes de carros familiares e com algum “luxo”. Nos EUA, será um “super hatch de entrada”, então o público mais jovem (ou sem dinheiro) pode se contentar com menos espaço — ainda que a empresa tenha a opção de uma caixa para ampliar essa capacidade no porta-malas
Acabamento
Sim, o acabamento no carro americano é bem interessante, sem degraus entre as peças, com revestimentos suaves ao toque e até acetinados e black piano bem integrados. Além disso, há a possibilidade de reproduzir a cor externa na cabine, ter teto solar e sistema de som premium da marca de entrada da Bang & Olufsen. Resta saber o quanto disso será mantido para o modelo nacional — e UOL Carros é pouco otimista
A polêmica do Powershift
Esta já era. Segundo UOL Carros apurou, o novo Ecosport terá câmbio AUTOMÁTICO de seis marchas, não mais o automatizado Powershift. Segundo fontes ligadas à marca, houve “problema de aceitação do câmbio”, que fazia ruído por ter caixa seca (mais veloz), quando todos estão acostumados com caixas úmidas (funcionamento mais suave, só que lento). Oficialmente, a Ford diz que modificou seus fornecedores e, com isso, seus equipamentos. O lado ruim é que isso pode queimar o filme e desvalorizar unidades atuais com o câmbio de dupla embreagem.
E o estepe?
O carro norte-americano não tem estepe, também dispensado pelo modelo europeu (que é feito na Índia). Para o Brasil, porém, a Ford ainda deve apostar no penduricalho, ainda que em versões específicas. Não só por questões de histórico e afetividades (ambas desnecessárias no momento atual), mas pelo próximo item: espaço interno.
Mais segurança?
Controles de tração, de estabilidade, controle de cruzeiro e assistente de partida em rampa já fazem parte da lista de equipamentos do Eco, então o salto precisaria ser maior. Frenagem automática? Sistemas semi-autônomos? De fato, esperávamos algo assim (afinal, é preciso surpreender para voltar a vender). Na prática, o carro americano tem freios nas quatro rodas, partida remota e por botão e monitoramento via Ford Pass — tecnologias que elevariam preço e tomariam mais tempo para chegar ao Brasil.
Tecnologia
Aqui o salto é interessante: o Ecosport americano usa Sync 3 com integração à projeção de smartphones (Android Auto e Apple Carplay), novo computador de bordo, enorme tela central sensível ao toque (e já disponível nos principais rivais) e ar digital (de uma zona), itens que devem estar no modelo local. Já o monitoramento e integração com sistemas de segurança da casa (Ford Pass) ainda nos parece distante. Ford, nos surpreenda!
uol
Todo mundo já sabe: numa realidade já muito, muito distante… o Ecosport era líder inabalável do segmento que ele mesmo criou no Brasil. Reinado perdido, a Ford não acertou a mão na estratégia para recuperar a posição de destaque entre os SUVs compactos. Mas será que essa estratégia existe?
Um exemplo gritante: nenhuma novidade foi mostrada no último Salão do Automóvel de São Paulo, em novembro, quando público geral e especialistas foram bombardeados por informações e lançamentos de praticamente todas as rivais: um novo Chevrolet Tracker com motor turbo do Cruze; Renault Captur; o interessante Jeep Compass; um hatch fantasiado de SUV como o polêmico Honda WR-V; o já badalado Hyundai Creta; até a chinesa Chery deu mais atenção a SUV que a Ford.
Um novo Eco surgiu, veja só, nos Estados Unidos. E pouca gente por lá entendeu a proposta do modelo. UOL Carros já mostrou o novo estilo e o novo recheio desse novo Ecosport em álbum de fotos e vídeos, direto dos EUA.
Mas fica a questão: o que teremos, quando teremos e como ficaremos aqui no Brasil?
O que aprendemos com o carro visto nos EUA
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Ele está à altura dos novos líderes?
Fato: o Ecosport caiu nas vendas e na vida pelas falhas da Ford em atualizar o modelo de acordo com os anseios do público. Esse novo Ecosport se mostra atualizado em estilo, equipamentos e até em acabamento. Mas há duas questões: 1. Não há nada revolucionário, nada que o coloque à frente dos atuais líderes e possa chamar o público de volta; 2. Fica a dúvida sobre a possibilidade do carro brasileiro ter o mesmo nível do modelo americano. Se for pior, tudo fica mais complicado.
Quando chega?
Segundo informações do nosso colunista Fernando Calmon, especialista em indústria, a Ford empurrou para junho o início de fabricação do novo modelo. As condições atuais do mercado (ainda lento, embora haja interesse por SUV) e as limitações financeiras da própria marca (que não anda bem no Brasil com o revés de alguns de seus modelos, embora Ka e Focus estejam bem posicionados) são responsáveis. Ou seja, vendas mesmo só no segundo semestre, mesmo. De fato, a estratégia de aquecer a presença do Ecosport nos Estados Unidos prejudica ainda mais o lançamento por aqui. Chegará como modelo 2018, direto de Camaçari (BA) com motor 3-cilindros de 1,5 litro entre as opções. Além do conhecido 2.0 para a versão 4×4, os americanos verão o carro com o 1.0 Ecoboost (turbo), mas isso não deve ser reproduzido por aqui de cara — embora, de novo, fizesse mais sentido.
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Faróis maiores e que brincam com a forma de trapézio, grade gigante hexagonal: de fato, a Ford alinhou o Ecosport a modelos como Fusion, Edge e Ranger. Mas rolou uma certa preguiça com a traseira, que quase não mudou. Verdade é que não temos uma geração nova, apenas atualização da segunda geração; ainda assim, poderia haver mais ousadia nessa mexida.
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Vai crescer?
Como não mudou de geração, nem de base portanto, o Ecosport segue sendo apertado e com porta-malas diminuto. Manter o estepe na porta livra alguma área sob o assoalho do bagageiro. E área livre é fundamental no Brasil, onde SUVs compactos têm status exagerado e ainda fazem as vezes de carros familiares e com algum “luxo”. Nos EUA, será um “super hatch de entrada”, então o público mais jovem (ou sem dinheiro) pode se contentar com menos espaço — ainda que a empresa tenha a opção de uma caixa para ampliar essa capacidade no porta-malas
Acabamento
Sim, o acabamento no carro americano é bem interessante, sem degraus entre as peças, com revestimentos suaves ao toque e até acetinados e black piano bem integrados. Além disso, há a possibilidade de reproduzir a cor externa na cabine, ter teto solar e sistema de som premium da marca de entrada da Bang & Olufsen. Resta saber o quanto disso será mantido para o modelo nacional — e UOL Carros é pouco otimista
A polêmica do Powershift
Esta já era. Segundo UOL Carros apurou, o novo Ecosport terá câmbio AUTOMÁTICO de seis marchas, não mais o automatizado Powershift. Segundo fontes ligadas à marca, houve “problema de aceitação do câmbio”, que fazia ruído por ter caixa seca (mais veloz), quando todos estão acostumados com caixas úmidas (funcionamento mais suave, só que lento). Oficialmente, a Ford diz que modificou seus fornecedores e, com isso, seus equipamentos. O lado ruim é que isso pode queimar o filme e desvalorizar unidades atuais com o câmbio de dupla embreagem.
E o estepe?
O carro norte-americano não tem estepe, também dispensado pelo modelo europeu (que é feito na Índia). Para o Brasil, porém, a Ford ainda deve apostar no penduricalho, ainda que em versões específicas. Não só por questões de histórico e afetividades (ambas desnecessárias no momento atual), mas pelo próximo item: espaço interno.
Mais segurança?
Controles de tração, de estabilidade, controle de cruzeiro e assistente de partida em rampa já fazem parte da lista de equipamentos do Eco, então o salto precisaria ser maior. Frenagem automática? Sistemas semi-autônomos? De fato, esperávamos algo assim (afinal, é preciso surpreender para voltar a vender). Na prática, o carro americano tem freios nas quatro rodas, partida remota e por botão e monitoramento via Ford Pass — tecnologias que elevariam preço e tomariam mais tempo para chegar ao Brasil.
Tecnologia
Aqui o salto é interessante: o Ecosport americano usa Sync 3 com integração à projeção de smartphones (Android Auto e Apple Carplay), novo computador de bordo, enorme tela central sensível ao toque (e já disponível nos principais rivais) e ar digital (de uma zona), itens que devem estar no modelo local. Já o monitoramento e integração com sistemas de segurança da casa (Ford Pass) ainda nos parece distante. Ford, nos surpreenda!
uol