Os fundos imobiliários (FIIs), investimentos que “fatiam” patrimônios imobiliários entre vários cotistas, se tornaram uma opção para quem busca rentabilidade a longo prazo. Também pode ser uma alternativa para guardar dinheiro para a aposentadoria.
É o que aponta levantamento da Quantum Axis, empresa de tecnologia em Finanças, feito com exclusividade para o R7 Economize.
Um comparativo com aplicações populares disponíveis no mercado financeiro de renda fixa e seus indicadores, como poupança, CDI (Certificado de Depósito Interbancário) e IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), mostra que a rentabilidade dos FIIs foi maior.
O mesmo ocorreu com aplicações com renda variável, como a bolsa de valores, segundo o IFIX (indicador usado para medir o comportamento médio da indústria de fundos imobiliários).
O levantamento considerou uma aplicação no valor de R$ 1 milhão para fazer a comparação.
A opção mais próxima entre os outros ativos para oferecer alta rentabilidade no período seria o CDI. Porém, a aplicação atingiu 137% de rendimento.
Estes são os únicos indicadores com rentabilidade acima de 100%. Na sequência aparecem:
• Poupança (92%);
• IPCA (67,9%); e
• Ibovespa (indicador da Bolsa), com 36,5%.
Gabriel Barbosa, especialista em FIIs e diretor de relação com investidores da gestora TRX, diz que é válido considerar, nesse levantamento, que os indicadores são gerais, ou seja, é possível lucrar mais com cada classe de ativos, dependendo da composição da carteira.
Ele também aponta que ao montar uma carteira de longo prazo com baixa volatilidade, os fundos imobiliários ganham cada vez mais vantagens. Porém é preciso cuidado ao selecionar os fundos.
“Há muitas opções no mercado atualmente, e cada uma delas representa um tipo diferente de imóveis adquiridos.”
Com a pandemia, segundo ele, vimos o mercado imobiliário reaquecer e muitas mudanças estão em andamento.
“Prédios corporativos e shoppings centers, que ao longo do tempo sempre tiveram destaque entre os fundos, se tornaram incertezas durante este período de isolamento. Outros segmentos ganharam relevância, como os de logística e de varejo de itens básicos”, ressalta.
Ao selecionar um fundo imobiliário para investir, Barbosa chama a atenção para um princípio fundamental.
O investidor deve se fazer as seguintes perguntas:
• Qual a probabilidade de os imóveis deste fundo ficarem desocupados?
• A localização do imóvel ficará mais ou menos valiosa ao longo do tempo?
• E qual a probabilidade de os aluguéis destes imóveis sofrerem variações, sejam elas positivas ou negativas?
O analista Rodrigo Medeiros, especialista em fundos imobiliários, aponta que o crescimento de fundos imobiliários no país se deve ao aperfeiçoamento do investidor brasileiro.
Com a taxa básica de juros, a Selic, no patamar mais baixo da história, o brasileiro começou a buscar cada vez mais formas de rentabilizar seu patrimônio mesmo em meio às taxas de juros em baixas históricas.
“Os FIIs são um dos poucos ativos que pagam rendimentos mensais aos seus cotistas, o que permite um reinvestimento mês a mês para ampliar a carteira”, diz ele.
Isso permite, de acordo com Medeiros, um crescimento acima da média que os outros investimentos e gera um impacto positivo com o passar dos anos, com fortalecimento da carteira e o potencial de valorização dessas cotas a longo prazo.
R7