Afastado da TV há dez anos por problema de saúde, Gil Gomes vai voltar ao ar a partir da próxima quarta-feira (16) pela TV Ultrafarma, que pode ser sintonizada online ou pelo canal 33 da Parabólica. O apresentador, que ficou famoso pela linguagem e gestual próprios que imprimiu no “Aqui Agora”, na década de 90, estava recluso, em casa, já quase sem acreditar que seria capaz de reencontrar sua antiga e inesquecível paixão: a televisão.
“Estou com Parkinson. Eu tremo. Parecia impossível voltar [à TV]. Mas vai ser num esquema que vai dar para voltar. O programa já existe, com o Carlos Maglio e o João Ferreira. Eu vou participar, contar casos, dar palpite, comentar notícias”, disse ele em entrevista ao UOL.
Como tem dificuldade para caminhar, Gomes fará o programa sentado. O desafio, ele sabe, não será pequeno. Sua participação será ao vivo, com exibição do programa a partir das 4h da manhã de segunda à sexta pela Gazeta e aos sábados pela RedeTV! .
“Vou me esforçar ao máximo para ver se consigo. E vou conseguir! Tenho força de vontade e fé em Deus que vai dar tudo certo. É a minha paixão, né? Sem ela a gente não vive muito. Era um martírio a saudade, a vontade de fazer… Eu sonhava quase todos os dias que estava fazendo reportagens para televisão e rádio. Mas agora, se Deus quiser, vou acabar com esse martírio que aconteceu na minha vida”, afirmou.
O convite partiu do próprio empresário Sidney Oliveira, dono da rede de farmácias Ultrafarma e que é conhecido pelos merchandising na TV: “Ele é meu amigo, mas não o via havia 15 anos. O José Américo, da ‘Praça é Nossa’ e do Café com Bobagem, falou para ele do meu sonho e ele fez uma visita na minha casa. Na conversa, surgiu o assunto e ele me convidou para participar do programa de sábado. Eu fui e me saí muito bem. Deu uma audiência que nunca tinha dado. Depois, ele me convidou e aceitei o desafio”.
“Aqui Agora” mudou a televisão
Gil Gomes diz que não deixou de ver TV um dia sequer nos últimos dez anos. Para ele, apesar das novidades dos canais, pouca coisa mudou: “Não teve mudança na televisão. Tiveram programas que entraram, saíram, mas a essência continua a mesma coisa”.
E a informalidade do “Jornal Nacional”, em que os âncoras adotaram uma linguagem menos sisuda e passaram a circular pelo estúdio? Na opinião do apresentador, é um reflexo das adaptações que se fizeram necessárias após o sucesso do popularesco “Aqui Agora”.
“Não só no Jornal Nacional [que mudou], mas na televisão em geral. Não estou falando do ‘Aqui Agora’ do Gil Gomes, mas do programa mesmo. Teve uma mudança. Os repórteres já aparecem sem gravata, não ficam paradinhos. Já faz tempo que isso começou a acontecer”, declara ele, que gosta de assistir principalmente a telejornais.
uol