O ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal), decidiu libertar nesta sexta-feira (11) o ex-diretor da Dersa Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto, que está preso preventivamente desde o dia 9 de abril.
Apontado como operador de propinas do PSDB por sete delatores da Operação Lava Jato, Paulo Preto responde pelos crimes de formação de quadrilha, peculato e inserção de dados falsos em sistema público de informação.
“Defiro a medida liminar para suspender a eficácia do decreto de prisão preventiva de Paulo Vieira de Souza, o qual deverá ser posto em liberdade, se por outro motivo não estiver preso”, escreveu Gilmar em sua decisão.
Na análise do pedido de liberdade, o ministro também afirma que as três supostas ameaça citadas por outra acusada no processo não são comprovadas para que se mantenha Paulo Preto atrás das grades. “Além da comprovação do ocorrido não ser sólida, não há indício da autoria das ameaças por parte do paciente”, avalia Gilmar.
Paulo Preto, José Geraldo Casas Vilela e outras três pessoas foram denunciados por terem desviado recursos, em espécie e em imóveis, entre os anos de 2009 e 2011, durante os governos de José Serra e Geraldo Alckmin, no total de R$ 7,7 milhões.
Os valores seriam destinados ao reassentamento de pessoas desalojadas pela Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S/A) para a realização das obras do trecho sul do Rodoanel, o prolongamento da avenida Jacu Pêssego e a nova Marginal Tietê, na região metropolitana de São Paulo.
Paulo Preto
Ex-diretor da Dersa, Paulo Preto foi denunciado pelo MPF (Ministério Público Federal) por desvios na estatal paulista e tem um passado cheio de polêmicas e envolvimento em escândalos de corrupção.
Homem forte do senador José Serra (PSDB-SP), ele chegou à empresa estatal nomeado por Geraldo Alckmin (PSDB-SP), em 2005, cargo que ocupou até 2010.
Em 2006, com o retorno de Serra ao governo, Paulo Preto alcançou a diretoria de Engenharia da empresa. No posto, executou as obras da nova marginal do rio Tietê, a construção do eixo Sul do Rodoanel e de prolongamento da Avenida Jacu Pêssego. Todas as obras são alvo da investigação do MPF.
Ao todo, o Ministério Público Federal suspeita que cerca de 1.800 pessoas foram inseridas indevidamente nos programas de reassentamento, incluindo seis famílias de empregadas da família de Paulo Preto. Os desvios chegam a R$ 7,7 milhões (em valores da época).
R7