Após o presidente Jair Bolsonaro (PSL) ordenar mudanças na Agência Nacional do Cinema (Ancine), para que sua gestão possa aplicar um “filtro ideológico” e tenha maior gerência sobre as obras apoiadas pelo órgão, o governo deu um ultimato para que a diretoria seja transferida do Rio de Janeiro para Brasília.
De acordo com informações da coluna de Mônica Bergamo, na Folha de S. Paulo, a diretoria recebeu tem um prazo de 45 dias para realizar a mudança, que pode gerar muitos custos para o governo. Dentre alguns motivos, está o fato de que os funcionários deverão receber auxílio moradia, cujo custo varia de R$ 1.800 a até 25% do salário da pessoa.
Crítico da Ancine, o presidente cogitou extinguir o órgão, e usou como exemplo para sua posição o argumento de que não deveria financiar filmes como “Bruna Surfistinha” . A fala de Bolsonaro gerou muitas críticas do setor cultural, que pontuou a importância da indústria brasileira de audiovisual, a gravidade da censura e destacou o sucesso do longa-metragem protagonizado por Deborah Secco.
Apesar de propor mudanças na agência, o governo liberou a captação de R$ 530,1 mil para o filme “Nem Tudo se Desfaz”, que narra, dentre outras coisas, a eleição de Bolsonaro. O longa-metragem é dirigido por Josias Teófilo, mesmo diretor de um documentário sobre Olavo de Carvalho, ideólogo da família do presidente.
Bahia Notícias