O Ministério da Saúde anunciou o Plano Nacional para Eliminação da hepatite C até 2030. A expectativa é tratar 657 mil pessoas nos próximos anos. A meta foi apresentada nesta quarta-feira (1º) pelo ministro da Saúde, Ricardo Barros, durante a abertura da Cúpula Mundial de Hepatites 2017 — World Hepatitis Summit, em São Paulo (SP).
“O projeto de eliminação da hepatite C no Brasil é viável e já está em curso. Somos um dos primeiros países a colocarem em prática a proposta em discussão para o mundo. Atualmente, dos 155 mil pacientes notificados, metade já foram ou estão em tratamento. Além disso, iremos aumentar a testagem e diagnóstico da doença em toda a população. A expectativa e distribuirmos ano que vem o dobro de testes que distribuímos esse ano. Serão 12 milhões de testes para diagnóstico da doença”, ressaltou Barros.
A estimativa de tratar 657 mil pessoas é menor do que a anterior de 1,6 milhão de casos porque houve uma revisão dos números com o apoio do Observatório Polaris, da Fundação CDA (Center for Disease Analysis), nos EUA — e em parceria com a Opas (Organização Pan-Americana da Saúde). Com isso, a meta agora é tratar todos os pacientes diagnosticados, além de apresentar novas iniciativas para testar o máximo de pacientes.
“Assim como ocorreu com relação à epidemia de HIV, o Brasil está determinado a ser líder mundial na luta contra a hepatite C. Nosso plano de eliminação significa que, até 2030, a hepatite C não será mais uma ameaça à saúde pública no Brasil”, afirma Adele Benzaken, diretora do Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das IST, do HIV/Aids e das Hepatites Virais do Ministério da Saúde.
O protocolo atual considera elegíveis para tratamento no SUS os pacientes mais graves, nas fases 2, 3 e 4, os que também foram infectados com HIV e os com doenças comorbidades — relacionados com outras enfermidades —, como doença renal crônica. Já o Plano de Eliminação, prevê que todos os pacientes diagnosticados com a doença sejam atendidos, independente do grau de comprometimento do fígado, a partir de 2018. Os pacientes com maior gravidade terão prioridade.
Atualmente, as hepatites virais são responsáveis por mais de 1 milhão de mortes por ano — e mais de 300 milhões de pessoas estão cronicamente infectadas pelas hepatites B ou C. Em 2016, o Brasil registrou 42.830 casos de hepatites virais. Os dados fazem parte do Boletim Epidemiológico de Hepatites, que pode ser acessado no site. Na plataforma, é possível acompanhar dados das hepatites de cada município de Brasil, com recortes de raça, cor, sexo, idade.
R7