Grávidas saudáveis não apresentam mais risco de agravamento da covid-19 do que não gestantes, de acordo com uma pesquisa da King’s College London.
A pesquisa foi realizada com dois grupos de mulheres grávidas. O primeiro foi com 4 milhões de gestantes no Reino Unido e 50 mil na Suécia usuárias do aplicativo COVID Symptom Study. O segundo, com quase 1,9 milhão de mulheres não grávidas em idade reprodutiva, mais precisamente entre 18 e 44 anos, que responderam a um questionário por meio de rede social.
No primeiro grupo, foram analisados os dados de saúde de 14 mil grávidas, das quais 629 haviam contraído a doença, sendo 21 hospitalizadas. Essas informações foram comparadas com os dados de 387 mil mulheres não grávidas, das quais 25 mil tinham suspeita de covid-19, sendo 600 hospitalizadas.
Segundo o estudo, apenas 2,9% das gestantes entrevistadas tinham suspeita de covid-19 e 4% das mulheres não grávidas.
Os sintomas mais comuns entre elas foram semelhantes: tosse persistente, dor de cabeça, perda de paladar ou cheiro (anosmia), dor no peito, dor de garganta e fadiga.
No entanto, houve um aumento da incidência de sintomas gastrointestinais, como náuseas e vômitos, no grupo de gestantes que tiveram a covid-19 mais grave, que podem ser confundidos com sintomas relacionados à gravidez, ressalta a pesquisa.
Embora as grávidas terem relatado ter feito o teste com mais frequência para covid-19, elas não apresentaram maior probabilidade de sofrer sintomas graves da doença ou adoecer por mais tempo do que as não grávidas.
Já mulheres grávidas com problemas de saúde preexistentes, como doenças pulmonares, cardíacas ou renais e diabetes, apresentaram maior probabilidade de hospitalização, semelhante ao observado na população em geral.
“Embora nossas descobertas possam ser reconfortantes para mulheres saudáveis que estão grávidas neste momento, elas destacam a importância de proteger aquelas com problemas de saúde subjacentes, principalmente se começarem a apresentar sintomas de covid-19. É vital que todos nós continuemos tomando medidas para proteger a saúde de todos em nossas comunidades, aderindo às diretrizes de distanciamento social, usando máscaras e seguindo boas práticas de higiene das mãos”, afirmou a pesquisadora Erika Molteni, da Escola de Engenharia Biomédica e Ciências da Imagem da King’s College London em comunicado.
R7