No outono, época de clima seco e temperaturas mais amenas, a transmissão da gripe, causada pelo vírus influenza, torna-se ainda mais comum. De acordo com a pediatra e presidente da SBIm (Sociedade Brasileira de Imunizações), Isabella Ballalaia, a doença se caracteriza pelo começo repentino de sintomas como febre alta e dor de cabeça, diferentemente do resfriado, que provoca sintomas leves e passageiros.
— Na grande maioria das vezes, a influenza [gripe] é marcada pelo início súbito de sinais como febre, diarreia ou vômito, dor no corpo, arrepios, cansaço, dor de cabeça ou dor de garganta. O ideal é procurar um médico imediatamente.
Embora pareça inofensiva à primeira vista, a gripe pode trazer complicações sérias — a mais comum é a pneumonia — e até levar a óbito.
— Por ano, são 5 milhões de casos graves e 500 mil mortes no mundo.
De acordo com a médica, a maioria das mortes é registrada entre adultos com idade a partir dos 50 anos (50%) e pacientes com doenças cardiovasculares crônicas (30%). Crianças com idade até 5 anos representam 15% dos óbitos, enquanto as grávidas representam 5%. Ela reforça que a única estratégia eficaz que pode realmente combater os surtos é a vacinação.
No Brasil, a vacina contra a gripe estará disponível gratuitamente nos postos de saúde a partir desta segunda-feira (17) para os chamados grupos prioritários: crianças com idade entre seis meses e menores de cinco anos, idosos, gestantes, puérperas (mulheres até 42 dias após o parto), trabalhadores da saúde e pessoas com algum tipo de comorbidade. Neste ano, foram incluídos na lista também os professores das redes pública e particular de ensino, que ficam bastante expostos ao contato com o vírus. “As crianças são as grandes transmissoras. A primeira onda de gripe normalmente acontece nas escolas e a segunda nas empresas”, completa a presidente da SBIm.
— A gente precisa fazer a população entender que a vacinação deve ser encarada como um procedimento rotineiro, e não somente quando existe uma situação, um surto fora de controle. Porque, infelizmente, as pessoas que mais morrem geralmente têm acesso ao imunizante gratuito.
R7