Na última semana, a queda de braço entre as alas desenvolvimentista (que quer gastar no pós-pandemia) e fiscalista (que defende que País não pode abandonar o teto ou vai quebrar em 2021) chegou ao seu auge, com recados claros por parte de Guedes da sua insatisfação e de sua equipe com uma possível flexibilização do teto e com a lentidão das reformas, chamando de “debandada” a demissão de dois importantes secretários do Ministério da Economia (o que tocava as privatizações e o que conduzia a reforma administrativa).
Tudo parecia pacificado quando Bolsonaro, na quarta-feira (12), após a debandada na Economia e declarações duras de Guedes, chamou os ministros das duas alas (Guedes fiscalista e Rogério Marinho e Tarcísio de Freitas desenvolvimentistas), além dos presidentes da Câmara e Senado -Maia e Alcolumbre- para uma reunião de pacificação e defesa conjunta do teto de gastos.
O problema foi o presidente ter feito uma declaração na LIVE de quinta-feira (13), que ele diz ter sido mal interpretada, de que a discussão sobre a flexibilização do teto poderia sim acontecer. Aliado a isso, conforme o R7 Planalto apurou, no dia seguinte à reunião de pacificação, Bolsonaro dizia a interlocutores não estar convencido de que enviaria ao Congresso a reforma de redução do Estado (administrativa), defendida como crucial por Guedes.
A existência desses sinais trocados levou aos rumores de que Guedes poderia sair ou ser demitido. A pauta das duas reuniões que eles terão nesta segunda, no entanto, será a retomada das reformas, apesar de ainda não haver previsão do envio da administrativa por parte de Bolsonaro.
A avaliação de pessoas próximas a Guedes é que toda a movimentação do ministro na semana passada foi no sentido de enviar um recado para Rogério Marinho de que não é hora de gastar, sob o risco, como disse Guedes, de “se levar o presidente Bolsonaro a uma zona cinzenta de impeachment”.