Muitos motoristas estão curiosos para saber em que pé estão dois projetos de lei tramitando no Congresso que permitiriam ao diesel voltar para os automóveis, o que foi proibido no Brasil desde a década de 70. Alguns dizem que alugaram carros com este combustível na Europa, que seu consumo é baixo e não são mais fumacentos nem barulhentos como antigamente.
Ninguém duvida de que o motor diesel passou por uma modernização nos últimos anos: poluem menos, não trepidam nem fazem barulho e são mais eficientes que os motores a gasolina. E hoje, com uma vantagem extra: parte dele no Brasil já recebe um percentual do biodiesel, produzido a partir de grãos e não do petróleo.
Porém, a chance de o diesel voltar no Brasil é mínima e ele deve continuar restrito aos veículos pesados (ônibus e caminhões) e aos dotados de tração integral.
Em primeiro lugar, porque os motores a gasolina estão se tornando cada dia mais eficientes. Tanto que, o carro diesel que chegou a representar 50% das vendas no mercado europeu, voltou a se retrair em função de seu custo de produção mais elevado: o motor tem que ser muito mais resistente para ter o diesel como combustível. Além disso, se ele emite volumes menores de CO2, a emissão de óxido de nitrogênio é bem superior. Tanto que se registraram inúmeros escândalos de fábricas nos últimos meses (Volkswagen, Mitsubishi, Renault, FCA entre elas) manipulando os testes de emissões para homologarem seus motores diesel.
Em segundo, porque nós continuamos importando o diesel, motivo que justificou sua proibição há cerca de 40 anos.
Em terceiro lugar porque o Brasil está desenvolvendo todo um projeto para estimular o uso do álcool. O diesel seria um contra-vapor em todo este esforço.
E finalmente, não se esqueça do seu próprio bolso. O custo para se produzir um motor diesel é muito superior ao de um motor a gasolina ou etanol.
R7