Estima-se que cerca de 900 mil pessoas convivem com o HIV – o vírus causador da Aids – no Brasil. Desses, o Ministério da Saúde calcula que 135 mil ainda não sabem que têm a doença. Nos últimos cinco anos, o país teve 40 mil pessoas infectadas com vírus ainda de acordo com o governo.
Pesquisas demonstram que o uso da camisinha vem caindo com o passar do tempo, principalmente entre o público jovem. Isso pode, segundo as autoridades de Saúde, potencializar a transmissão do HIV e de outras infecções sexualmente transmissíveis (IST), como a sífilis, as hepatites virais, o HPV e a gonorreia.
O especialista em Doenças Infecciosas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), Aluísio Segurado, alerta que realizar testes rápidos ou laboratoriais para as ISTs, principalmente se a pessoa esteve em relações sexuais desprotegidas, pode impedir que as infecções se espalhem entre a população.
“Há pessoas que se infectam e não têm qualquer sintoma. Essas pessoas não têm como descobrir, ou mesmo suspeitar, que se infectaram. Por isso, que é muito importante que saibam como o HIV se transmite e, basicamente, é uma transmissão sexual. Caso elas façam sexo desprotegido, terão que, necessariamente, se testar.”
A principal forma de transmissão do HIV é por meio de relações sexuais desprotegidas, ou seja, sem uso de camisinha. Além disso, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o HIV pode ser repassado de uma pessoa para outra no compartilhamento de seringas, em transfusão de sangue contaminado, e da mãe infectada para o filho, durante a gravidez, parto ou amamentação.
Apenas nos seis primeiros meses do ano passado, mais de 15 mil pessoas foram diagnosticadas com HIV, no país. Desse número, os jovens, entre 15 e 34 anos, correspondem a 44% do total, com mais de sete mil casos. Os dados são do DataSus, do Ministério da Saúde.
Todas as unidades de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS) contam com testes rápidos ou laboratoriais para ISTs. O SUS disponibiliza tratamento para quem for diagnosticado com HIV. O tratamento é fundamental para evitar que a infecção se agrave e, realizado de forma acompanhada, pode garantir qualidade de vida digna e ao paciente, como lembra o especialista da USP, Aluísio Segurado.
“A gente acredita que sim, [que a expectativa de vida de um soropositivo é igual a quem não tem o vírus], que não haja nenhuma diferença, desde que ela faça a adesão ao tratamento. É muito importante que esteja sendo motivada porque é um tratamento que não pode ser interrompido. Se interromper, a evolução da infecção vai voltar e essa pessoa vai evoluir para Aids. O tratamento da infecção pelo HIV é simples, mas o da Aids é mais complicado”.
Para ampliar o diagnóstico e início do tratamento, apenas em 2019, o Ministério da Saúde distribuiu cerca de 12 milhões de testes rápidos para detecção da doença. A previsão é que sejam distribuídos, em 2020, mais de 13 milhões de testes rápidos.
R7