Um dos homens que retirou os fios de cobre subterrâneos no bairro do Santo Antônio Além do Carmo, em Salvador, disse que foi contratado para fazer o serviço pelo suposto engenheiro da obra. Ele esteve no bairro nesta quarta-feira (30) para conversar com moradores que relataram roubo do material.
O caso é investigado pela 1ª Delegacia dos Barris. O homem trabalha em uma empresa de sucata e conta que foi procurado por funcionários da empresa Pejota Construções, responsável pela execução da obras, para remover os cabos a mando de um homem identificado como Tailan, que seria o engenheiro da construção.
“A gente estava no nosso estabelecimento de trabalho quando um preposto funcionário da Pejota, a mando de Tailan [foi lá]. Eu fui até o gabinete dele lá na obra e ele já foi vendendo dois quilos desse material e perguntou se a gente tinha como fazer a remoção onde estava o setor de trabalho deles”, disse o homem, que preferiu não ser identificado.
O homem contou que, após a proposta, foi até o local da obra, no Santo Antônio Além do Carmo, para verificar de onde os fios de cobre poderiam ser tirados.
“A gente, como trabalhador e reciclador, veio aqui no canteiro de obras dele, fizemos a visita. Ele [Tailan] mostrou onde poderia ser retirado esse material. Ele me falou que era o engenheiro da obra. Ele me mostrou a planilha. Ele me passou 350 metros, falou que da igreja para lá ele já tinha removido uma parte”
O homem disse, ainda, que, para a retirada dos fios de cobre, houve uma negociação com os funcionários da Pejota envolvidos na ação. Metade do dinheiro de venda ficaria com a sucata e metade com os funcionários da empresa.
Equipes da TV Bahia tentaram falar com o suposto engenheiro Tailan, nesta quarta-feira (30), mas ele não atendeu as ligações. Na terça (29), Tailan havia dito que não tinha autorização para falar pela empresa.
Já a Pejota Construções reforçou, em nota, que a retirada dos fios foi feita sem o conhecimento da empresa e que não contratou o serviço de remoção. A construtora disse, ainda, que instaurou uma sindicância para tomar todas as providências legais cabíveis e afastou funcionários da obra para apurar as responsabilidades.
Os fios de cobre são de ligação de energia elétrica e pertencem à Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia (Coelba), que destacou que o material não era para ser vendido, mas sim devolvido.
A Coelba disse, ainda em nota, que os cabos furtados pertencem a uma linha de transmissão da concessionária, desativada para instalação de uma linha mais moderna.
G1