O homem suspeito de incendiar a própria casa e matar quatro filhos e o neto no município de Feira de Santana, a cerca de 100 quilômetros de Salvador, preso na manhã desta sexta-feira (6).
Em entrevista ao G1, o delegado João Uzzum, titular da 1ª Coordenadoria de Polícia do Interior (Coorpin/Feira de Santana), afirmou que Gilson Jesus Moura, de 49 anos, foi localizado por volta das 7h, em um ponto de ônibus do próprio município, em uma região conhecida como Largo do Marajó. “Certamente com interrese de fugir”, relata.
O delegado afirma que a operação que levou a polícia até Gilson começou por volta das 4h, quando o carro do suspeito foi localizado na casa do irmão. O veículo foi encontrado pela Polícia Militar, que a partir da residência encontrou pistas que levaram até o homem.
Gilson era procurado pela polícia por ter incendiado a própria casa. No incêndio, morreram Thais de Jesus Moura, 13, Carlos de Jesus Moura, 9, e Xayane de Jesus Moura, 8, filhos de Gilson com Cristina de Jesus Moura. A enteada dele Emile de Jesus Moura, 16, e o filho dela, de 1 ano, também morreram. A adolescente estava grávida de cinco meses.
Drama
Um dia depois da tragédia, que ocorreu na quarta-feira (4), vizinhos que ajudaram a socorrer as vítimas de dentro da casa incendiada lembram o desespero da mãe, e de uma criança de três anos. Elas foram as únicas sobreviventes do crime, que de acordo com a polícia, foi cometido pelo pai de quatro das cinco vítimas.
“A criança falava ‘socorro tia, não me deixa morrer, cadê a minhã mãe?’. E a mãe dizia: ‘salve meus filhos, por favor, salve meus filhos'”, conta Edilene de Jesus, uma vizinhas da família e que ajudou no socorro às vítimas.
Cristina de Jesus Moura, de 37 anos, sobrevivente do incêndio em que perdeu quatro filhos, e um neto, prestou depoimento à polícia no hospital e confirmou que o marido, Gilson Jesus Moura, de 49 anos, foi o responsável por colocar fogo na casa onde a família dormia. A polícia confirmou ainda que os dois viviam uma relação incestuosa, já que eram irmãos por parte de mãe.
“Ela confirmou que realmente foi ele que tocou fogo em toda família. Ela foi acordada e ele estava com um galão de gasolina, jogando sobre o corpo dela, e falando que iria tocar fogo em toda a família”, conta o delegado Gustavo Coutinho, responsável pela investigação.
Uma testemunha informou para polícia que o Gilson havia se desentendido com Cristina, por ciúme, durante a festa de réveillon. Além da mulher de 37 anos, uma criança de três anos também foi resgatada com vida do local. De acordo com a polícia, as duas vítimas seguem internadas em estado grave. O galão utilizado no crime foi apreendido e encaminhado para perícia no Departamento de Polícia Téncica (DPT).
A polícia ouviu vizinhos do casal, que vivia junto há 15 anos. As testemunhas relataram que eles não costumavam brigar, e que o suspeito era um pai carinhoso. “Ele era uma pessoa muito boa para todos nós, inclusive para família e para ela. Ele falava sempre que amava ela”, conta Roberto Santana, vizinhos da família.
G1