Salvador, 7 de dezembro de 2025
Editor: Chico Araújo

Haiti: aumento da violência sexual contra crianças

O poder das gangues no Haiti levou a um aumento impressionante na violência sexual contra crianças, alerta o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

Há vários anos a ilha caribenha está sob o domínio de gangues violentas que tratam a população com brutalidade implacável, disse o Unicef.

A violência sexual contra crianças no país aumentou 1.000% desde 2023, transformando seus corpos “em campos de batalha”, disse o porta-voz da entidade, James Elder.

 

O Unicef estima que 85% da capital Porto Príncipe esteja sob controle de gangues. Mais de 1 milhão de crianças vivem com a constante ameaça de violência.

 

Elder deu o exemplo de uma garota de 16 anos que saiu de casa para ir às compras e depois foi apreendida por homens armados. Ela foi espancada, drogada e estuprada repetidamente.

Ela ficou detida por cerca de um mês, ele disse, até que a gangue a soltou quando percebeu que sua família não tinha dinheiro para pagar o resgate. Os sequestros por extorsão são comuns no Haiti.

Ela agora está em um abrigo da ONU com dezenas de outras meninas recebendo cuidados.

O controle de gangues em Porto Príncipe levou a uma quebra quase completa da lei e da ordem, ao colapso dos serviços de saúde e à emergência de uma crise de segurança alimentar.

Mais de 5,6 mil pessoas foram mortas devido à violência de gangues no Haiti somente no ano passado.

O conselho presidencial de transição do Haiti, o órgão criado para organizar eleições e restabelecer a ordem democrática, parece estar em crise.

O conselho substituiu o primeiro-ministro interino em novembro, mas fez pouco progresso na organização de eleições há muito adiadas.

As crianças também estão sendo recrutadas pelas gangues, às vezes à força, diz o Unicef.

A organização encontrou crianças membros de gangues de apenas oito anos.

O básico que as crianças haitianas precisam para ter uma infância normal, mesmo que ainda estejam em casa com suas famílias, é praticamente inexistente, diz o Unicef. Escolas e hospitais mal funcionam e dezenas de milhares de crianças não estão na escola.

O Unicef criou espaços móveis seguros no Haiti para tentar apoiar crianças e prevenir a violência sexual.

Mas no ano passado, quando solicitou US$ 221,4 milhões (R$ 1,3 bilhão) para financiar seu trabalho no Haiti, recebeu apenas um quarto disso.

Teme-se agora que, com o congelamento da ajuda externa dos EUA afetando projetos humanitários em todo o mundo, as necessidades do Haiti sejam negligenciadas novamente.

Bahia Notícias

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