Salvador, 7 de dezembro de 2025
Editor: Chico Araújo

Morre Edy Star, ícone queer do Brasil

O cantor baiano Edy Star, de 87 anos, teve a morte confirmada nesta quinta-feira (24), após mais de uma semana internado em uma UPA de São Paulo em decorrência de um acidente doméstico.

 

Por meio das redes sociais, o jornalista Ricardo Santhiago, amigo do artista e responsável pela biografia de Edy intitulada de “Eu Só Fiz Viver: A História Oral Desavergonhada de Edy Star”, lamentou a morte do artista.

 

A luta de Edy se tornou pública nesta semana. O artista estava internado em uma UPA de São Paulo e buscava uma transferência para uma unidade hospitalar devido ao quadro delicado. O baiano só conseguiu a transferência para Complexo Hospitalar Heliópolis, em São Paulo, após o apelo de Santhaigo na web.

 

“É com imensa tristeza que comunicamos o falecimento de Edy Star, no início da madrugada de hoje, 24 de abril. Ele chegou ao hospital em estado gravíssimo, foi submetido à diálise, mas enfrentava complicações mais severas. Edy viveu como quis — com arte, coragem e liberdade — e sempre merecerá nosso aplauso. Agradecemos profundamente todas as manifestações de carinho, solidariedade e mobilização nos últimos dias. Em breve, informaremos os detalhes sobre o funeral.”

 

SOBRE EDY STAR
Considerado o primeiro artista queer a se assumir no Brasil, Edy foi um dos grandes ícones da contracultural nos anos 70. 

 

Natural de Juazeiro, na Bahia, Edy, que foi batizado como Edivaldo Souza, viveu boa parte da vida em Salvador e tinha a música, o teatro e a literatura como grandes paixões. 

 

Antes de ganhar os palcos como cantor, Edy integrou a Companhia Baiana de Comédias (CBC), percorrendo o interior baiano e alguns outros estados nordestinos, com peças teatrais, e chegou a atuar com Teca Calazans, Naná Vasconcellos e Geraldo Azevedo.

 

Na música, o artista conheceu Raul quando o rei do rock era vocalista do grupo Os Panteras, e na época, não se deram bem logo de cara. Porém, com o tempo, os dois se tornaram parceiros e chegaram a colaborar para alguns trabalhos, entre eles no disco ‘Sociedade da Grã-Ordem Kavernista Apresenta Sessão das 10’.

 

Em 1972, o artista decidiu se dedicar a arte queer, se tornando o primeiro grande nome do gênero no Brasil. Edy se apresentou em cabarés e adotou o sobrenome artístico Star, como é conhecido até hoje. 

 

O último trabalho lançado pelo artista foi em 2023, com o CD ‘Meu amigo Sérgio Sampaio’, que conta com faixas autorais do homenageado como ‘Ninguém vive por mim’; ‘Cada lugar na sua coisa’; ‘Cabras pastando’, em dueto com Zeca Baleiro e mais.

Bahia Notícias

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