Em seu “chamamento público”, o órgão do Ministério do Meio Ambiente afirma que pretende fazer a “prospecção de empresas especializadas no fornecimento de serviços de monitoramento contínuo”, com o uso de imagens de satélites “de alta resolução espacial para geração de alertas diários de indícios de desmatamento (revisita diária)”.
A decisão é assinada pelo diretor de Proteção Ambiental do Instituto, Olivaldi Alves Borges de Azevedo. As propostas de interessados deverão ser feitas até 2 de setembro. Para especialistas no assunto, o edital estaria direcionado para aquisição de um produto americano que é distribuído no Brasil pela empresa Santiago & Cintra.
O MMA e a empresa não comentam o assunto. Na semana passada, reportagem do jornal O Estado de S. Paulo revelou que o sistema já é usado como um “teste gratuito” dentro do Ibama. O produto, conforme apurou a reportagem, é o mesmo que começa a rodar no Estado do Mato Grosso e já foi testado no Pará.
O Planet, um sistema de mapeamento em alta resolução que pertence a uma companhia dos Estados Unidos, é fornecido localmente pela empresa brasileira Santiago & Cintra, do interior de São Paulo. Essa empresa, que é responsável por processar as imagens e interpretá-las, já realizou diversas reuniões com representantes do Ibama e do Ministério do Meio Ambiente neste ano.
O monitoramento do desmate motivou uma crise no governo após o presidente Jair Bolsonaro e integrantes de sua equipe questionarem os dados medidos pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Em maio, reportagem do Estado mostrou que a Amazônia perdia 19 km² de floresta por hora. A partir daí, a divulgação sucessiva dos dados levou Bolsonaro a dizer que o Inpe divulgava dados mentirosos. A crise resultou na exoneração do presidente do instituto, Ricardo Galvão, que rejeitou qualquer tipo de manipulação. A demissão do chefe do órgão federal também foi alvo de críticas de cientistas.
Desde o início do ano, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, tem dito que pretende usar um sistema privado. Em julho, ele usou imagens da tecnologia privada para contrapor captações feitas pelo Deter – sistema de alertas de desmate do Inpe – e exibir o que seriam imprecisões nas medições.
Neste mês, o Ibama nomeou, por meio de portaria, uma “equipe de planejamento de contratação” para escolher o sistema que será comprado, algo estimado em aproximadamente R$ 7 milhões.
O sistema de monitoramento da Amazônia usado pelo Inpe, avaliação de Gilberto Câmara, diretor do secretariado do Grupo de Observações da Terra (GEO) e chefe do Inpe de 2006 a 2013, é a melhor ferramenta disponível para esse tipo de atividade no mundo e já inspirou a criação de sistemas similares em outros países.
Em entrevista ao Estado, Câmara afirmou que o governo criou uma dicotomia entre um sistema e grupo de imagens. “São coisas absolutamente diferentes. O sistema brasileiro é o melhor que temos hoje e, mais importante ainda, é suficiente para fazer o trabalho a que se propõe”, disse.
R7
Em seu “chamamento público”, o órgão do Ministério do Meio Ambiente afirma que pretende fazer a “prospecção de empresas especializadas no fornecimento de serviços de monitoramento contínuo”, com o uso de imagens de satélites “de alta resolução espacial para geração de alertas diários de indícios de desmatamento (revisita diária)”.
A decisão é assinada pelo diretor de Proteção Ambiental do Instituto, Olivaldi Alves Borges de Azevedo. As propostas de interessados deverão ser feitas até 2 de setembro. Para especialistas no assunto, o edital estaria direcionado para aquisição de um produto americano que é distribuído no Brasil pela empresa Santiago & Cintra.
O MMA e a empresa não comentam o assunto. Na semana passada, reportagem do jornal O Estado de S. Paulo revelou que o sistema já é usado como um “teste gratuito” dentro do Ibama. O produto, conforme apurou a reportagem, é o mesmo que começa a rodar no Estado do Mato Grosso e já foi testado no Pará.
O Planet, um sistema de mapeamento em alta resolução que pertence a uma companhia dos Estados Unidos, é fornecido localmente pela empresa brasileira Santiago & Cintra, do interior de São Paulo. Essa empresa, que é responsável por processar as imagens e interpretá-las, já realizou diversas reuniões com representantes do Ibama e do Ministério do Meio Ambiente neste ano.
O monitoramento do desmate motivou uma crise no governo após o presidente Jair Bolsonaro e integrantes de sua equipe questionarem os dados medidos pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Em maio, reportagem do Estado mostrou que a Amazônia perdia 19 km² de floresta por hora. A partir daí, a divulgação sucessiva dos dados levou Bolsonaro a dizer que o Inpe divulgava dados mentirosos. A crise resultou na exoneração do presidente do instituto, Ricardo Galvão, que rejeitou qualquer tipo de manipulação. A demissão do chefe do órgão federal também foi alvo de críticas de cientistas.
Desde o início do ano, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, tem dito que pretende usar um sistema privado. Em julho, ele usou imagens da tecnologia privada para contrapor captações feitas pelo Deter – sistema de alertas de desmate do Inpe – e exibir o que seriam imprecisões nas medições.
Neste mês, o Ibama nomeou, por meio de portaria, uma “equipe de planejamento de contratação” para escolher o sistema que será comprado, algo estimado em aproximadamente R$ 7 milhões.
O sistema de monitoramento da Amazônia usado pelo Inpe, avaliação de Gilberto Câmara, diretor do secretariado do Grupo de Observações da Terra (GEO) e chefe do Inpe de 2006 a 2013, é a melhor ferramenta disponível para esse tipo de atividade no mundo e já inspirou a criação de sistemas similares em outros países.
Em entrevista ao Estado, Câmara afirmou que o governo criou uma dicotomia entre um sistema e grupo de imagens. “São coisas absolutamente diferentes. O sistema brasileiro é o melhor que temos hoje e, mais importante ainda, é suficiente para fazer o trabalho a que se propõe”, disse.
R7