A velhice traz algumas limitações e repercussões no corpo do idoso, mas a idade não é um fator determinante para que o idoso pare de fazer algumas atividades, como dirigir, segundo o médico do trafego Aly Yassine, do Hospital Sírio-Libanês.
Na última quinta-feira (17), o príncipe Philip, 97, marido da rainha Elizabeth II, se envolveu em um acidente de trânsito ao conduzir seu carro. A colisão envolveu um outro carro, e deixou dois feridos. O carro de Philip capotou, mas o príncipe saiu ileso.
De acordo com o médico, embora o idoso na direção seja uma preocupação, eles são mais cautelosos, menos prováveis de ingerir bebidas alcoólicas antes de dirigir e não são os principais causadores de acidentes no trânsito, lugar ocupado por jovens entre 19 e 29 anos.
Yassine explica que a idade oferece mudanças no funcionamento do corpo, podendo gerar restrições de atividades, sendo elas a alteração na qualidade da visão, com problemas como a catarata e o glaucoma, perda auditiva, fazendo com que o idoso tenha dificuldade em escutar uma buzina, por exemplo, e perda de massa muscular, que afeta manobras ao volante e dificulta caminhadas.
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Outras limitações podem ocorrer pelo uso de múltiplos medicamentos, que podem trazer efeitos como a sonolência, que tornam algumas atividades limitadas, e a presença de outras doenças, como o diabetes, que pode causar uma hipoglicêmia e gerar acidentes, ou o Alzheimer, que pode fazer o idoso se perder.
Arranhões no carro podem ser indício para parar
Segundo o especialista, para que as atividades se tornem restritas ao idoso, o médico deve avaliar todas essas condições junto ao paciente e seus familiares, de maneira a instruir quais hábitos devem ser modificados e quais podem ser mantidos. Essa mudança é instruída quando o idoso passa a ter prejuízos nas atividades domiciliares e ocupacionais.
No caso da direção, Yassine afirma que existem alguns indícios de quando o idoso deve parar de dirigir, como quando os familiares recusam aceitar caronas em que o idoso será o condutor do automóvel, apresentar algumas batidas e arranhões laterais e até se perder no caminho.
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“Nesse momento, é preciso bastante diálogo entre médico e paciente. A família também deve ser paciente, e não ordenar que o idoso pare com uma atividade costumeira imediatamente, pois a retirada de uma prática pode gerar depressão e levar à recusa de tomar medicamentos. A orientação é um processo contínuo e depende muito de uma boa relação entre o médico e o paciente”, explica.
De acordo com o médico, o que é conhecido por “teimosia” dos idosos em continuar com a atividade restrita trata-se, na verdade, da vontade daquela pessoa de continuar a ser produtivo e se sentir útil. Para que o paciente não se sinta improdutivo, Yassine recomenda que as atividades sejam adaptadas às possibilidades daquela pessoa, como, quando for orientado a não dirirgir, acompanhar o familiar que estiver na direção.
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Em casos de maiores comprometimentos da saúde, é necessário que o idoso se mantenha ativo para que não tenha maiores prejuízos devido a outras condições. Uma das maneiras recomendadas pelo médico é incluir o idoso em atividades de reabilitação com acompanhamento de fisioterapeuta, sempre com orientação específica do geriatra responsável.
R7