Pelo menos 85 pessoas morreram e 322 ficaram feridas em um evento de caridade no Iêmen, disseram autoridades dos rebeldes houthis – que controlam parte do país – à AFP, nesta quinta-feira (20).
O incidente ocorreu na região de Bab al-Iêmen. O balanço de vítimas foi confirmado por autoridades médicas. Centenas de pessoas estavam reunidas em escola para receber doações, que totalizaram 5.000 riais iemenitas (R$ 45) por pessoa, quando confusão começou.
“Mulheres e crianças estão entre os mortos” e cerca de 50 feridos estão em estado grave, disse a fonte de segurança, que pediu anonimato porque não está autorizada a falar com a imprensa.
As vítimas do tumulto – um dos eventos mais mortais em dez anos – foram transportadas para hospitais próximos, enquanto os organizadores do evento foram presos, informou o Ministério do Interior em um comunicado de imprensa divulgado pela agência de notícias dos rebeldes, Saba.
O comunicado de imprensa não especificou o número de vítimas, contentando-se em anunciar “dezenas de mortos após uma debandada durante uma distribuição caótica de somas de dinheiro por alguns comerciantes”.
Esta ação de caridade ocorre alguns dias antes do feriado de Eid al-Fitr, que marca o fim do jejum do Ramadã.
Guerra civil
Nos últimos 8 anos, o Iêmen é cenário de uma guerra civil que destruiu a economia, levou milhões à fome e já causou mais de 150 mil mortes.https://1cbdff1836507774b71105e2b37091fd.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-40/html/container.html
O conflito começou em 2014, quando os houthis, apoiados pelo Irã, derrubaram o governo da capital. No ano seguinte, uma coalizão liderada pela Arábia Saudita interveio no país — desde então, a disputa é considerada uma guerra por procuração entre sauditas e iranianos.
Mais de 21 milhões de pessoas, ou dois terços da população, precisam de ajuda e proteção, de acordo com o Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU. Entre os necessitados, mais de 17 milhões são considerados particularmente vulneráveis.
Nas últimas semanas, contudo, as negociações de paz têm avançado na região.
G1