Andrés Sanchez nunca esteve tão ameaçado.
Depois de 13 anos de domínio político do Corinthians, ele está exposto.
E vislumbrando até um processo de impeachent.
Sério, embasado, legal, dentro do Parque São Jorge.
O motivo: recorde de dívidas na história do clube.
O Conselho de Orientação Fiscal do Corinthians reprovou as contas apresentadas pela direção em relação a 2019.
Não aceitou as explicações para o déficit recorde de R$ 177 milhões. De acordo com o CORI, faltaram R$ 18,4 milhões na conta. Esse dinheiro é a soma de uma dívida com o extinto clube J Malucelli e com o volante Jucilei.
Isso sem contar a situação do confusa do estádio.
O gerente financeiro Fernando Gaviolli diante da firme disposição dos membros do CORI de rejeitar as contas, ainda se ofereceu a reformular as contas, acrescentando as dívidas.
Mas era tarde.
As contas do Corinthians de 2019 foram rejeitadas por 6 a 5.
Os votos pela rejeição foram de Mario Gobbi Filho, José Antonio Avenia Neri, Carlos João Eduardo Senger, Pedro Luis Soares, Claudio Faria Romero e Alexandre Silveira Palhares.
Ademir de Carvalho Benedito, Roberto de Andrade, Armando da Costa Pacheco, Joaquim de Souza Gonçalves e Yule Pedroso Bisetto foram derrotados, aprovando as contas.
Foi o segundo passo que pode acabar em impeachment de Andrés.
O primeiro foi na semana passada, quando o Conselho Fiscal rejeitou as contas de 2019, de maneira unânime.
O terceiro será a análise do balanço de 2019 por parte do Conselho Deliberativo.
Se a maioria dos 320 conselheiros também reprovar as contas, não concordar com a forma com que o clube foi administrado financeiramente no ano passado, estará aberta a possibilidade do pedido de impeachment.
Andrés já não tem maioria absoluta no Conselho Deliberativo.
O presidente corintiano garantiu que, caso se materialize o processo de impeachment contra ele, antecipará as eleições.
Em vez de 28 de novembro, Andrés garante que elas aconteceriam em seguida ao pedido formal de sua renúncia.
A companheiros de direção do clube, o presidente disse acreditar que está sendo perseguido politicamente.
E que não merece esse tratamento, por tudo que fez pelo clube.
Desde a modernização da administração ao estádio.
Mas Andrés colecionou inimigos poderosos, desde sua primeira eleição, em 2007. Vários deles eram seus parceiros mais próximos.
A pandemia veio para deixar tudo ainda pior.
O clube está devendo três meses de salários aos jogadores.
E tem recebido inúmeros processos por parte de jogadores, clubes e empresas, por falta de pagamento.
A Caixa Econômica Federal cobra R$ 536 milhões pelo Itaquerão.
Andrés já confessou estar muito irritado com tanta pressão.
“Estou de saco cheio.”
A renúncia, seguida da antecipação das eleições ganhou imensa força com a derrota de ontem no Conselho de Orientação Fiscal.
As contas de sua administração são motivos de profundas críticas no Parque São Jorge.
Andrés nunca esteve tão fraco.
Nova rejeição no Conselho Deliberativo não será surpresa.
Nem sua renúncia…
R7