“Nós vivemos em uma democracia de aparências. Eles retiraram a soberania do povo e colocaram nas mãos dos bancos e do poder financeiro”, afirmou o deputado federal (SP), Paulo Teixeira, em sua palestra “Democracia em Momento de Crise”, ministrada nesta terça-feira (16), no auditório do Centro Panamericano de Judô (CPJ). O debate integrou a programação da Universidade de Verão (Univerão), que traz a Lauro de Freitas mais de 130 cursos, oficinas e palestras com mais de mil horas aula gratuitas até o próximo domingo (21).
O parlamentar arguiu sobre o tema citando fatos da história política recente brasileira. De acordo com sua defesa, governos populares como o de Getúlio Vargas, fundador da Petrobras, do salário e CLT, sofreram perseguição da elite. “Infernizaram tanto o Getúlio que o levaram a morte”, frisou. O deputado também fez um comparativo com o momento atual. “Em 1950 eles diziam: não deixem ele se candidatar, se ele for candidato não deixem se eleger, se ele se eleger não o deixem governar. Com a Dilma fizeram a mesma coisa”, concluiu.
Em 2015, jornais do mundo inteiro noticiaram o afastamento da presidenta Dilma Rousseff. “Sem dúvidas o capítulo mais vergonhoso da história política brasileira”, disse. A acusação seria a prática de manobra contábil, as chamadas “pedaladas fiscais”. “Contra ela não foram levantadas qualquer suspeitas de enriquecimento ilícito ou de aproveitamento do cargo em benefício próprio ainda que sua vida tenha sido vasculhada por adversários”, completou.
Os planos orquestrados por defensores dos interesses e a natureza do golpe foram destrinchados por Teixeira. Ele lembrou que liderados sob a sombra do vice presidente Michel Temer os movimentos “espontâneos”, aliados à mídia e aos empresários levaram uma parte da população as ruas. “A globo suspendeu até campeonato de futebol para conclamar a população”, lembrou.
“Atualmente o golpe tenta seguir a conclusão de seus planos ou vocês acreditam que retirariam Dilma e deixariam Lula?”, indagou.
Teixeira afirma ainda que, com apenas 3% de aprovação o que mantém o governo Temer em exercício é a aliança entre bancos e mídia na tentativa para a conclusão do próximo passo do golpe – fraudar as eleições. Ao lado do secretário municipal de Educação, Paulo Gabriel Nacif, da presidenta da Câmara Municipal de Lauro de Freitas, Naide Brito, dos deputados federal Afonso Florence e estadual Joseildo Ramos, além da vereadora de Salvador Marta Rodrigues e da ministra do governo Dilma, Mirian Belchior, a prefeita Moema Gramacho aplaudiu as colocações de Paulo Teixeira e enfatizou que os acertos dos projetos de esquerda no Brasil liderados por Dilma e Lula foram as maiores motivações para o golpe. “Eles não aceitam dividir. A elite não admite que os filhos dos pobres se tornem doutores. Basta ver o reajuste do salário mínimo deste governo que aí está”, declarou acrescentando: “a democracia está ameaçada diante dessa crise econômica, judicial, parlamentar e midiática”.