Os saltos registrados pela indústria nos meses de maio e junho foram insuficientes para o setor se recuperar das perdas de abril ocasionadas pela pandemia do novo coronavírus em abril, apontam dados divulgados nesta quarta-feira (5) pela CNI (Confederação Nacional da Indústria).
O levantamento aponta que o crescimento de 9,3% do faturamento real da indústria e de 6,8% das horas trabalhadas na produção ainda são insuficientes para reverter a queda acumulada dos dois meses anteriores. “O faturamento real encontra-se 10% abaixo do registrado em fevereiro e as horas trabalhadas caíram 10,5% na mesma base de comparação”, afirma a CNI.
O estudo indica ainda que a utilização da capacidade instalada subiu 5,1 pontos percentuais em maio e junho. Ainda assim, a ociosidade das fábricas segue em 72%. O valor é 6,7 pontos percentuais abaixo do patamar registrado antes da chegada da pandemia ao Brasil. Segundo a CNI, a utilização da capacidade instalada média de 2020 é 4 pontos percentuais inferior à média do mesmo período de 2019.
Emprego e salário
Os dados da entidade também indicam para um crescimento do emprego industrial e da massa salarial paga aos trabalhadores do setor em junho.
O avanço do emprego representa uma interrupção em sequência de quatro quedas consecutivas, período de queda acumulada de 4,2% do emprego industrial. No acumulado do primeiro semestre, houve uma queda de 2,4% ante o mesmo período de 2019.
A remuneração paga aos trabalhadores da indústria, por sua vez, aumentou 8,8% em junho. “A alta reverte parcialmente a queda dos meses anteriores e pode ser resultado do término de alguns dos acordos de suspensão ou redução de jornada de trabalho e salário”, explica a CNI.
Já o rendimento real dos profissionais subiu após duas retrações seguidas, responsáveis pela perda de 16,3%. De acordo com a CNI, a redução reflete o “efeito do fim de alguns dos acordos de suspensão ou redução de jornada de trabalho e salário”.
R7