O sucesso do tratamento médico passa, muitas vezes, pela correta adoção das práticas indicadas pelo profissional de saúde. Quem saiu do consultório com uma receita médica deve ficar atento às especificações prescritas. Seguir exatamente o que foi proposto é importante para obter a cura. Por isso, tomar um medicamento de maneira inadequada pode atrasar todo o processo.
Não existem estatísticas no Brasil sobre os erros mais comuns na hora de administrar um remédio. Ainda assim, profissionais da área médica listam entre os erros mais comuns o uso em horários diferentes do recomendado; com alimentos, mesmo sem orientação neste sentido; ingestão com álcool; partição ou trituração de comprimidos de ação prolongada ou controlada; interrupção de tratamento de forma antecipada em relação ao que foi prescrito ou prolongamento de tratamento por tempo superior ao indicado.
O farmacêutico Rogério Hoefler, do Centro Brasileiro de Informações sobre Medicamentos – ligado ao Conselho Federal de Farmácia, explica que cada produto tem suas peculiaridades e recomendações específicas de uso.
“Estes aspectos devem ser considerados para que o usuário obtenha o máximo de benefício e mínimo de dano ao usar uma droga. Para tanto, é essencial buscar orientação junto a um farmacêutico.”
A prática de ingerir remédios com leite possui fundamento, mas deve ser seguida apenas em casos específicos. A bebida pode ajudar a aliviar o desconforto gástrico. Por outro lado, existem medicamentos que podem ter suas propriedades anuladas quando tomados com leite. A regra também vale para o álcool.
“O uso de álcool pode diminuir o efeito benéfico de alguns fármacos, com os anti-hipertensivos; e pode potencializar os efeitos adversos de alguns analgésicos, anti-inflamatórios, antialérgicos e itens controlados como os sedativos”, esclarece Hoefler.
Outras categorias de drogas são inativadas por alimentos, por isso devem ser tomados em jejum, como exemplo o hormônio tireoidiano. Já os anti-inflamatórios devem ser tomados com alimento para minimizar desconforto gástrico.
Para evitar que o tratamento perca a efetividade, a recomendação é pela escolha mais simples. O especialista aconselha que a ingestão de comprimidos e cápsulas seja feita com 200 ml de água. Além de não possui qualquer contraindicação, o líquido é a melhor alternativa para a administração de medicamentos pela via oral.
Outra situação que pode influenciar diretamente a eficácia do tratamento é o horário de administração das doses. Cada substância possui diferentes propriedades, com tempos de ação distintos, ensina Hoefler.
“Existem aqueles que devem ser tomados uma vez ao dia, outros duas, três ou mais vezes. Se não for respeitado o intervalo recomendado entre as doses, poderá ocorrer redução ou aumento dos efeitos terapêuticos e tóxicos, por falta dos componentes no organismo ou por sobreposição de doses.”
A orientação de um profissional capacitado pode fazer diferença para que a recuperação aconteça da forma desejada. Em caso de dúvida, procure um médico ou farmacêutico e nunca utilize medicamentos por conta própria.
R7