Chup-chup cremoso ou popeyo são alguns dos nomes de como venezuelanos chamam geladinhos gourmet em seu país. Mas não foi sobre as denominações do sorvete caseiro de saquinho, feito no liquidificador, que as assistidas do Centro de Referência e Apoio aos Imigrantes de Lauro de Freitas (CRAI) aprenderam, nesta quinta-feira (11). Elas passaram por uma capacitação sobre modos de preparo e técnicas de comercialização do produto refrescante.
Cerca de 20 mulheres referenciadas do CRAI participaram da oficina de geladinho gourmet, promovida pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social e Cidadania (Semdesc), através do Departamento de Segurança Alimentar e Nutricional (Desan). Com foco na autonomia financeira, a capacitação foi dividida em dois momentos, teórica e prática, como explicou Sheila Dionisio, nutricionista e assessora técnica do Centro de Referência de Segurança Alimentar (Cresan).
“Na parte teórica do curso ensinamos sobre boas práticas de manipulação de alimentos, formas corretas de preparo para evitar contaminação, além de como deixar o produto com uma aparência agradável para a comercialização. Na sequência, fazemos a prática em grupo, onde facilitamos o passo a passo das receitas”, pontuou Sheila. As receitas trabalhadas na capacitação variaram entre ingredientes como frutas, biscoitos recheados, paçoca, goiabada e outros.
A venezuelana Beatriz Del Valle Amundaray, que mora há dois anos na Bahia, avaliou a oficina de geladinho gourmet como uma boa oportunidade de criar o seu próprio negócio. “Isso aqui é uma entrada para a gente aprender, nos ensinam muito, porque muitos de nós ainda não estão empregados aqui no Brasil. Eu gosto da oficina, as pessoas são acolhedoras, nos sentimos em casa”, relatou. Todas as participantes da capacitação receberam certificado.
O CRAI estima que cerca de 400 venezuelanos estejam vivendo em Lauro de Freitas, como aponta a coordenadora Gicelia Queiroz. “Estamos constantemente desenvolvendo atividades de formação e capacitação. Uma delas é a de produção de geladinho gourmet. Mas, de segunda a sexta-feira, provemos atividades para grupos, divididos por faixa etária. As oficinas de desenho, multimídia, para crianças são outros exemplos do trabalho desenvolvido aqui no Centro, além das políticas de assistência”, frisou.
Texto: Laerte Santana
Foto: Wandaick Costa