O inverno no Hemisfério Sul começou nesta quarta-feira (21) à 1h24. A estação, que segue até 22 de setembro às 17h02, é marcada por um período menos chuvoso nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e na maior parte do Norte do país. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), neste ano, as chances de ocorrência do fenômeno El Niño diminuíram no último mês. Mesmo que haja confirmação do fenômeno, ele será de baixa intensidade.
O período também se caracteriza pela chegada de massas de ar frio, procedentes do Sul do continente, que derrubam as temperaturas. Essa queda pode provocar formação de geadas no Sul, Sudeste e em Mato Grosso do Sul; neve nas áreas serranas e de planalto no Sul do país; e friagem em Rondônia, no Acre e sul do Amazonas.
Estradas e aeroportos devem sofrer impactos pela formação de nevoeiros e/ou névoa úmida nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste que reduzem a visibilidade no período da manhã. Com a redução das chuvas, diminui a umidade do ar, que favorece o aumento de queimadas e incêndios florestais, assim como a ocorrência de doenças respiratórias.
Regiões
Na região Centro-Oeste, o período seco já começou. A tendência é de que a umidade relativa do ar nos próximos meses fique abaixo de 30%, com picos mínimos abaixo de 20%. No Distrito Federal, por exemplo, que já enfrenta racionamento de água, a situação pode piorar. As chuvas devem ficar entre normal e abaixo da média no inverno. O período seco deve vir acompanhado de temperaturas médias acima do normal, devido à permanência de massa de ar seco e quente, especialmente entre agosto e setembro.
O tempo seco também será uma característica da Região Sudeste para os meses de inverno, especialmente em Minas Gerais. A previsão do Inmet indica que as chuvas devem permanecer dentro do esperado para o período, exceto São Paulo e o sul do Rio de Janeiro, que podem ter chuvas acima do esperado. As temperaturas devem permanecer acima da média em grande parte da região, mas, em alguns pontos, massas de ar frio podem provocar declínio acentuado da temperatura e formação de geada.
No Sul do país, foram registradas chuvas acima da média no outono. O volume máximo ocorreu no noroeste do Rio Grande do Sul. Na segunda quinzena de abril, houve intenso resfriamento, com temperaturas abaixo de zero. De acordo com o Inmet, na segunda semana de junho, nevou na serra catarinense, devido a forte massa de ar de origem polar.
O Paraná, Santa Catarina e o nordeste do Rio Grande do Sul devem ter chuvas acima da média. O aumento de frentes frias vai contribuir para maiores variações de temperatura ao longo dos próximos três meses. Mesmo assim, elas se mantêm de normal a abaixo da média, o que favorecerá as geadas, mas, segundo o órgão de meteorologia, devem menos intensas do que em 2016. “Novos episódios de neve podem ocorrer, principalmente no mês de julho, nas áreas propícias ao fenômeno”, diz o Prognóstico de Inverno do Inmet.
Para o Norte do país, a meteorologia prevê a permanência de chuvas variando de normal a abaixo do esperado. A exceção é o nordeste de Roraima e o centro-norte do Pará. Além disso, de acordo com o instituto, a possibilidade de ocorrência de temperaturas médias abaixo do normal favorece a incidência de friagem, principalmente no sul do Amazonas, Acre e de Rondônia.
No outono, as chuvas ocorreram com maior intensidade no leste da Região Nordeste, principalmente em Pernambuco, Alagoas, Sergipe e parte da Bahia. Segundo o Inmet, acumulados de chuva muito acima da média são comuns nessa área. O mesmo ocorreu nos anos de 1966, 1975, 1985 e 2009. O órgão chama atenção para o fato de que a estação chuvosa na região segue até agosto, favorecendo a ocorrência de chuvas que podem ultrapassar o volume de 100 milímetros em um único dia.
A previsão do instituto indica, no entanto, que haverá predomínio de áreas com maior probabilidade de chuvas dentro da faixa normal ou levemente abaixo do esperado para a estação. “As temperaturas estarão mais amenas ao longo da costa. No interior da região, começa o período seco, com temperaturas altas e baixos índices de umidade relativa”, diz o Prognóstico de Inverno.
Agência Brasil