Autoridades espanholas suspeitam que o ex-presidente da CBF, Ricardo Teixeira, e Sandro Rosell, ex-executivo da Nike na Espanha, participaram de um esquema de lavagem de dinheiro envolvendo contratos entre a Seleção Brasileira e a Nike, patrocinadora do selecionado.
O caso é investigado pela Unidade de Delinquência Econômica e Fiscal, que concluiu que Rosell comissões ilegais estimadas em US$ 26 milhões (R$ 97 milhões) para intermediar o contrato entre CBF e a Nike. Desse valor, Ricardo Teixeira, que está preso, teria recebido US$ 5 milhões (R$ 19 milhões).
De acordo com o jornal espanhol, o contrato que proporcionou a propina foi entre 6 de novembro de 2008 e teria terminado em 2011. Conforme a publicação, o termino do acordo coincide com a entrada de Rosell na presidência do Barcelona e precisava se desfazer de contratos firmados antes da assumir o cargo para não ter qualquer tipo de conflito de interesse.
Rosell teria usado a empresa Ailanto Marketing para receber o pagamento. A empresa foi criada no Brasil e também é alvo de investigações. Perante a juíza espanhola Carmen Lamela, Rosell afirmou que mandou de US$ 5 milhões (R$ 19 milhões) a Teixeira para anular um empréstimo que o ex-presidente da CBF teria feito.
Entretanto, os investigadores acreditam que Rosell foi usado por Teixeira para lavagem de dinheiro. Um sinal é que o dinheiro teria passado por vários paraísos fiscais e contas de empresas offshore. Para os investigadores, isso seria um indício de que houve uma tentava de dificulta o percurso do dinheiro.
A Nike também é investigada pelo FBI por suspeitas de suborno relacionado ao Brasil e o contrato estimado em US$ 160 milhões (R$ 600 milhões). Teixeira é suspeito de ter dividido uma propina de US$ 30 milhões (R$ 112 milhões) com o empresário José Hawilla por um acordo firmado em 1996, dando a Nike exclusividade para usar a imagem da seleção.
Segundo documentos do Departamento de Justiça dos Estados Unidos, a CBF teria feito um acordo milionário com a Nike que previa um pagamento de US$ 40 milhões (R$ 149 milhões) para a Traffic em uma conta na Suíça. Depois do fechamento do contrato com a Nike, Hawilla lançaria notas por serviços que teriam sido feitos entre 1996 e 1999 no valor de US$ 30 milhões (R$ 112 milhões) para a Nike que o fazia os depósitos.
Para a Justiça dos Estados Unidos, esse dinheiro valor se refere a “propinas e subornos” que Ricardo Teixeira e José Hawilla receberam da empresa. A Nike afirmou em nota que está “comprometida em cooperar com qualquer investigação governamental relacionada com a Fifa”.
Varela Notícias