O segundo trimestre do ano marcou o começo de um processo de recuperação mais nítido no mercado de trabalho brasileiro. Segundo análise da Carta de Conjuntura, divulgada pelo Ipea nesta quinta-feira (14), a desaceleração da desocupação e a expansão dos rendimentos reais permitiu que 31,7% dos trabalhadores que estavam desocupados obtivessem emprego no período.
Entre abril e junho, o percentual de pessoas ocupadas que perderam o posto de trabalho e passaram a desempregados recuou de 3,6% ,no segundo trimestre do ano passado, para 3,4%. A carta ainda revela que a queda para 12,8% na taxa de desemprego, registrada no trimestre encerrado em julho, ocorreu graças ao aumento da população ocupada, que teve a primeira variação interanual positiva desde agosto de 2015.
Ainda em relação às demissões, elas reduziram no setor formal. No segundo trimestre do ano, de todos os trabalhadores que transitaram da ocupação para a desocupação, 32% estavam no mercado formal, 10 pontos percentuais menor que há dois anos.
Já o setor informal recebeu o maior número de desempregados. Dos trabalhadores que estavam sem trabalho e conseguiram uma ocupação, 43% foram incorporados pelo mercado informal, 28% obtiveram uma vaga formal, 28% se tornaram conta própria e 1% viraram empregadores. A alta interanual de 3,6% dos salários pagos pelo setor privado com carteira representa um desempenho melhor que o do salário dos informais (queda de 2,9%) e dos trabalhadores por conta própria (queda de 1,2%).
Estados
A queda do desemprego no último trimestre foi geral em todas as regiões, com destaque para as áreas não metropolitanas. Dentre as 27 Unidades da Federação, seis apresentaram alta de desemprego, com destaque negativo para Pernambuco e Rio de Janeiro, cujas taxas aceleraram de 17,1% e 14,5% para 18,9% e 15,7, respectivamente, nesse período de comparação.
Em julho, houve aumento do número de empregados em quase todos os setores, com destaque para a indústria, o comércio e os serviços, que geraram, respectivamente, 12,3 mil, 10,2 mil e 7,7 mil novos postos com carteira assinada. Houve expansão da população ocupada em diversos segmentos, com destaque para alojamento e alimentação (15,2%), outros serviços (7,3%), transportes e correios (3,1%) e indústria (2,3%).
As maiores altas dos rendimentos em termos setoriais ocorreram na agricultura e nos setores de serviços, em especial os relacionados a “transportes, comunicação e correios” e “intermediação financeira”.
Para os próximos meses, a tendência é que a taxa de desemprego continue diminuindo, segundo o Ipea. Os rendimentos também devem aumentar, contribuindo para a retomada do consumo das famílias.
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