O canoísta Isaquias Queiroz conquistou a medalha de bronza no C1 1000m no início da manhã deste sábado (26), no Campeonato Mundial de Canoagem Velocidade em Racice, na República Tcheca. Mais uma vez, o algoz do baiano nos Jogos Olímpicos Rio 2016, Sebastian Brendel, da Alemanha, foi o campeão da prova. O tcheco Martin Fuksa ficou com a prata. Após largar num ritmo mais baixo, Isaquias foi crescendo e se recuperou nos metros finais.
“No fim, eu subi um pouco, só que o Brendel é um cara fantástico na água, ele às vezes parece que brinca com os adversários, com a gente. Deixa a gente ir na frente e fala: “Opa, calma aí, crianças, que agora vou fazer meu trabalho” (risos). Ele está de parabéns, é uma ótima prova que ele fez, como sempre faz, essa estratégia de passar os rivais no final, mas um dia ele vai se quebrar com isso (risos)”, contou.
Brendel viu Fuksa sair na frente na largada, mas depois aumentou o ritmo e deixou o dono da casa para trás. No pódio, o alemão fez uma homenagem ao filho de Isaquias, que nasceu na última sexta-feira (25) e recebeu o nome dele, Sebastian. Brendel subiu no pódio para receber a medalha de ouro com uma camisa escrita em inglês “Seja bem-vindo, Sebastian”.
“Eu mostrei que eu sempre consigo fazer uma boa prova. Foi uma prova especial e me sinto muito feliz de estar no pódio com esses dois caras tão legais. Eu me sinto muito honrado. Fico muito orgulhoso que o Isaquias deu o nome do filho dele de Sebastian. Quis fazer essa homenagem para ele, e espero que a esposa dele veja a homenagem no Brasil”, afirmou.
Além do filho, Isaquias também dedicou o bronze ao treinador Jesús Morlán, que sofre com problemas de saúde. O espanhol retirou um tumor do cérebro em novembro do ano passado. “Essa medalha vai para o outro Sebastian, do Brasil, que ainda está lá com a minha esposa (Laina) lá no hospital. Domingo eles saem de alta. Vou levar de presente para eles. Mas, se bobear, eu dedico mais ao Jesús (Morlán), pelo desempemnho com a gente mesmo doente, mesmo se tratando. Ele não deixou a gente de lado, queria estar do nosso lado. Mesmo às vezes passando mal depois de sair da água, no outro dia ele voltava para estar lá com a gente. Essa medalha, esse resultado, é mais para ele mesmo. É pela garra e determinação dele, porque é por isso que a gente vai para a água todo dia”, declarou.
Bahia Notícias