As Forças Armadas de Israel disseram ter matado 15 militantes do Hezbollah no Sul do Líbano nesta quinta-feira (3) e bombardeado Beirute depois que suas forças sofreram o dia mais letal na frente libanesa, em um ano de confrontos com o grupo apoiado pelo Irã.
Israel, que vem lutando contra o Hamas em Gaza há quase um ano, enviou suas tropas para o Sul do Líbano após duas semanas de intensos ataques aéreos, em um conflito crescente que corre o risco de arrastar os Estados Unidos e o Irã.
Hoje, as Forças Armadas de Israel disseram ter “eliminado” Rawhi Mushtaha, o chefe do governo do Hamas em Gaza, juntamente com as autoridades graduadas de segurança Sameh al-Siraj e Sami Oudeh. Os ataques teriam sido realizados há três meses.
No Líbano, um ataque aéreo contra o prédio da prefeitura da cidade de Bint Jbeil, no Sul do país, matou 15 membros do Hezbollah, segundo Israel.
O Ministério da Saúde do Líbano informou que o número de mortos no ataque a Beirute subiu para nove e a Autoridade Islâmica de Saúde, um grupo de defesa civil ligado ao Hezbollah, disse que sete de seus funcionários, incluindo dois médicos, foram mortos.
Testemunhas da Reuters relataram ter ouvido uma enorme explosão, que, segundo uma fonte de segurança, teve como alvo um prédio no distrito de Bachoura, próximo ao Parlamento, o mais próximo que um ataque israelense chegou do distrito central de Beirute.
Israel afirmou ter realizado um ataque aéreo preciso na capital libanesa.
“Outra noite sem dormir em Beirute. Contando as explosões que sacodem a cidade. Sem sirenes de alerta. Sem saber o que está por vir. Apenas que a incerteza está à frente. A ansiedade e o medo são onipresentes”, disse hoje a coordenadora especial das Nações Unidas no Líbano, Jeanine Hennis-Plasschaert, no perfil X.
Ontem, Israel afirmou que oito soldados foram mortos em combate terrestre no sul do Líbano, enquanto suas forças avançavam em território vizinho.
Repercussão
O Irã lançou seu maior ataque contra Israel na terça-feira (1°), no que disse ser uma retaliação pelo assassinato de líderes do Hamas e do Hezbollah por Israel e por suas operações em Gaza e no Líbano.
Teerã disse que havia encerrado seus ataques, a não ser que ocorram novas provocações, mas Israel e os Estados Unidos prometeram revidar com força.
O emir do Catar, xeque Tamim bin Hamad Al-Thani, pediu esforços sérios de cessar-fogo para impedir a “agressão” de Israel no Líbano e disse que nenhuma paz seria possível no Oriente Médio sem a criação de um Estado palestino.
O que está acontecendo no Oriente Médio é um “genocídio coletivo”, declarou ele na cúpula do Diálogo de Cooperação Asiática em Doha, acrescentando que seu país sempre alertou sobre a “impunidade” de Israel.
Falando no mesmo encontro, o presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, alertou contra o “silêncio” diante do “belicismo” de Israel.
“Qualquer tipo de ataque militar, ato terrorista ou cruzamento de nossas linhas vermelhas será enfrentado com uma resposta decisiva de nossas Forças Armadas.”
Mais de uma dúzia de mísseis israelenses também atingiram o subúrbio de Dahiyeh, no sul do país, onde o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, foi morto na semana passada, e foram ouvidas fortes explosões, segundo autoridades de segurança libanesas.
Agência Brasil