Das fake news acredito que tudo já foi dito. Dos currículos falsos de Ricardo Salles, Damares Goiabeira Alves e de Carlos Alberto Pinochio Decotelli também. Agora, o mais grave de tudo são as maldades de Guedes que, infelizmente, não são falsas, são bem verdadeiras. De Leonardo Boff: “Eu creio que nós estamos perdendo tempo com as asneiras do ex-capitão. O real inimigo do Brasil e do povo é o Paulo Guedes. Ele está vendendo o país, segundo a Escola de Chicago. As oligarquias, as mídias e a Globo nunca o atacam. Têm o mesmo projeto ultra-neoliberal”. A propósito, Decotelli, é assim que se copia citação, registrando a autoria, afinal de contas, diferentemente do que você disse, plágio não é só “Ctr C, Ctrl V”. Voltando ao comentário, sempre lúcido, de Leonardo Boff, e fazendo uma relação com nosso texto “Contra o impeachment de Bolsonaro”, de 17.05. Naquele momento coloquei dois motivos contra o impedimento de Bolsonaro, e um deles era, justamente, o fato da manutenção da política econômica de Guedes, mesmo sendo Mourão o presidente. Claro que medidas e decisões de Bolsonazi são estarrecedoras, como agora o veto ao uso obrigatório das máscaras em alguns ambientes, mas o que vai infelicitar mais o país é a entrega que o banqueiro Guedes está fazendo, e sobre isso a chamada grande imprensa (com honrosas exceções, como a revista Carta Capital), silencia.
Há dias atrás um colega manifestou a ideia, a esperança, de que para interromper esse entreguismo, Guedes “caia”, assim como já aconteceu com outros ministros. Vã ilusão. Bozo sabe que a saída de Guedes é o fim do governo dele. O resto de apoio(1) que ainda detém é decorrente das políticas que o seu ministro está aplicando. Por outro lado, o ministro também não tem qualquer intenção de sair, mesmo se, em algum momento, ele tiver algum interesse contrariado pelo Presidente, afinal de contas ele tem uma agenda a cumprir, e disso ele não vai abrir mão. Triste Brasil.
Cazuza. Hoje, sete de julho, são trinta anos sem Cazuza, o irreverente Cazuza; aqui um pequeno trecho da música Burguesia: “As pessoas vão ver que estão sendo roubadas. Vai haver uma revolução. Ao contrário da de 64. O Brasil é medroso”. Você tem certeza que ele morreu? Parece que essa música é de 2020.
Cardeal. Decotelli colocou no currículo que foi Ministro da Educação, posso colocar no meu currículo que fui Cardeal? Explico: fui, como Cardeal, figurante no filme A Finada Mãe da Madame (de 2017, dirigido por Bernard Attal).
De novo Damares. Além de Cazuza escutei, também, Elis Regina. No CD tem a música O Rancho da Goiabada, de Aldir Blanc e João Bosco. Inevitável a lembrança.
(1) Claro que não estou me referindo aqui aos seguidores da Seita SOMOS GADOS DE BOLSONARO, que vão com o líder até a morte.
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Ivan Gargur é economista e professor