A Hanseníase é uma doença milenar, classificada pela Organização Mundial de Saúde como uma doença tropical negligenciada. Está diretamente relacionada à pobreza e ao acesso precário à moradia, alimentação e educação. A Índia, Brasil e Indonésia registram 80% dos casos de hanseníase no mundo, ocupando as 1ª, 2ª e 3ª posições, respectivamente.
É uma doença crônica, cujo diagnóstico é essencialmente clínico e epidemiológico, por meio da história clínica, exame dermatoneurológico e situação epidemiológica. É de notificação compulsória, realizada após confirmação do caso.
A hanseníase compromete principalmente a pele e os nervos periféricos, é transmitida por meio das secreções das vias respiratórias (nariz e boca) para as pessoas que convivem com o doente não tratado na forma Multibacilar (MB). Clinicamente apresenta lesões ou áreas de pele com alteração de sensibilidade e/ ou comprometimento de nervos periféricos (sensitivo, motor e/ou autonômico). Assim que é realizado o diagnóstico e iniciado o tratamento, os pacientes deixam de transmitir a doença. Se não for tratada precocemente, pode se tornar grave e gerar deformidades físicas devido ao comprometimento dos nervos, principalmente nas mãos, pés e face.
Na Bahia, em 2023 foram notificados 1.679 casos, destes 35 em crianças e adolescentes até 14 anos. Até dezembro de 2024, foram notificados 1.499 casos sendo 55 em menores de 15 anos (dados preliminares).
Os municípios que mais registraram casos nos últimos anos foram Salvador, Juazeiro, Barreiras, Alagoinhas, Porto Seguro e Feira de Santana. As maiores taxas de detecção são observadas nos municípios da Macrorregião Oeste, Norte e Extremo Sul.
O Dia Mundial e Nacional de Luta contra Hanseníase é celebrado sempre no último domingo de janeiro de cada ano. A criação desta data teve por objetivo ampliar o conhecimento sobre a hanseníase na comunidade, destacar a importância do diagnóstico precoce e o tratamento adequado da doença, bem como reduzir o estigma e preconceito.
Desde 2016, o Ministério da Saúde oficializou o mês de janeiro para a conscientização sobre a hanseníase e a cor roxa para simbolizar as campanhas educativas sobre a doença. Porém considerando a importância de falar sobre a doença durante todo o ano o Ministério da Saúde para 2025 escolheu como tema “Hanseníase: Conhecer e Cuidar de Janeiro a Janeiro”, lembrando sobre a importância de realizar as ações durante todo o ano.
Nesse sentido, a Secretaria Estadual da Saúde por meio da Diretoria de Vigilância Epidemiológica/Programa Estadual da Hanseníase propõe que os municípios do estado da Bahia planejem e desenvolvam ações durante todo o ano de 2025, além da agenda da Semana de Mobilização e de Luta contra a Hanseníase, no período de 27/01 a 31/01/2025, que tem como objetivo de chamar a atenção dos profissionais e da comunidade sobre o agravo e intensificar a busca ativa de casos suspeitos e realização de ações em alusão ao agravo.
Para tanto a SESAB/DIVEP/Programa Estadual de Controle da Hanseníase (PECH) recomenda:
Articulação com os municípios para realização de atividades relacionadas ao tema;
Alertar a sociedade civil sobre os sinais e sintomas da doença e incentivar a procura pelos serviços de saúde;
Mobilizar os profissionais de saúde quanto a busca ativa de casos novos para diagnóstico precoce e prevenção de incapacidades;
Realizar exame dos contatos dos pacientes diagnosticados nos últimos cinco anos como forma de interromper a cadeia de transmissão da doença;
Realizar busca ativa de sintomático dermatológico em municípios silenciosos;
Divulgar a oferta de tratamento completo no SUS;
Promover atividades de educação e comunicação em saúde voltadas ao enfrentamento do estigma e da discriminação; e
Atuar em núcleos de convivência do homem (ambiente domiciliar e social).
Atualização dos dados no Sinan, sobretudo aqueles relacionados ao desfecho do tratamento, contatos examinados.
A DIVEP por meio do Programa Estadual de Controle da Hanseníase – PECH promoverá as seguintes atividades durante o mês de janeiro:
1 – Divulgar o Boletim Epidemiológico anual
2 – Divulgar os guias rápidos da hanseníase para atenção primária a saúde e vigilância epidemiológica, gerando informações aos profissionais de saúde.
3 – Encontro Estadual de Pessoas Acometidas pela Hanseníase – 28.01.2025 em parceria com o Instituto Couto Maia
4 – Webinar: Os avanços e desafios da Hanseníase no Brasil – Dr. Ciro Martins – Ministério da Saúde. 21.01.2025 às 9h
4 – SEXTOU: Os avanços e desafios da Hanseníase no Estado da Bahia – Eleuzina Falcão. 24.01.2024 às 10h
5 – Seminário Janeiro Roxo – 27.01.2024
6 – Hanseníase: Enfrentando o Estigma e Promovendo a Saúde
Além da pele: o impacto social da hanseníase os desafios da inclusão Francisco Faustino – Presidente do MORHAN
A importância da Atenção Primária na prevenção no diagnóstico precoce da hanseníase Dra. Alena Batista – Médica da Atenção Primária de Salvador
Autocuidado: prevenindo incapacidades e melhorando a qualidade de vida – Enf. Driele Lobo – Médica da Atenção Primária de Salvador