O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, prometeu hoje (6) um pacote de estímulo econômico inédito, equivalente a 20% do Produto Interno Bruto (PIB), e disse que seu governo tomará “todas as medidas” para combater os efeitos negativos crescentes do coronavírus.
O pacote, a ser confirmado pelo gabinete amanhã (7), totalizará 109 trilhões de ienes (989 bilhões de dólares), ultrapassando aquele elaborado na esteira da crise financeira de 2009, que totalizou 56 trilhões de ienes e gastos fiscais de 15 trilhões de ienes.
“Decidimos adotar um pacote econômico de escala maciça e inédita no valor de 109 trilhões de ienes, ou 20% do PIB [a soma de todas as riquezas produzidas pelo país], após o dano imenso do novo coronavírus na economia”, disse Abe, depois de se reunir com parlamentares.
Ele não deu mais detalhes, mas o montante pode incluir medidas econômicas anteriores avaliadas em 26 trilhões de ienes, que foram adotadas no fim do ano passado para lidar com os riscos da guerra comercial entre China e Estados Unidos.
Sensação de segurança
O pacote acabou sendo maior do que a quantia prevista por agentes do mercado, o que gerou uma sensação de segurança nas pessoas que enfrentam reduções na renda e confinamento, disseram analistas.
“Pode haver um impacto limitado no estímulo ao consumo, dado que muitas pessoas estão deixando de ir às compras”, disse Masaki Kuwahara, economista sênior da Nomura Securities. “Mas isso pode evitar um efeito secundário no agravamento da economia”.
O pacote conta com compensações em dinheiro de mais de 6 trilhões de ienes a casas e pequenas e médias empresas que estão passando por dificuldades, disse Abe, enfatizando os estragos abrangentes do vírus, que vêm causando o temor de uma recessão.
O primeiro-ministro disse que declarará um estado de emergência nesta terça-feira. Para proteger o emprego, o governo também estabelecerá arranjos por meio do pacote para permitir que pequenas e médias empresas tomem empréstimos de bancos particulares com juro zero, disse o Abe.
O pacote ainda dá às empresas em apuros um período de carência para o pagamento de impostos e injeta 26 trilhões de ienes em programas sociais para ajudá-las a manter os negócios em operação, finalizou.
Agência Brasil