João Gordo contou que o seu pai o “batia de porrada” e o “trancava por até três dias no quarto” como forma de castigá-lo. A história foi revelada pelo músico e apresentador durante participação no “Altas Horas”, da Globo, mas é detalhada também no livro, a autobiografia “Viva la vida tosca”, que será lançada no fim de novembro.
“O meu pai era PM, [tinha] passagem pela polícia militar, então, a minha casa era tipo uma espécie de quartel. Se ele fosse dormir, todo mundo teria que ir dormir junto. Não podíamos responder, se respondesse, ele ‘sentava’ a mão na orelha”, contou João.
Segundo o músico, o pai era severo e até passava dos limites ao castigá-lo. “Se eu fizesse ‘cagada’, ele me deixava até três dias trancado no quarto, como se estivesse em ‘cana’, me dava a comida embaixo. Eu apanhava de cinta, de porrada, de chinelo, de varinha, de cabo de vassoura, o que tivesse na mão, era o sistema deles antigo”, avaliou.
“Eu era um gordinho idiota e, de repente, apareceu o rock em minha vida, e isso começou a me abalar na escola. Aí é que começou a tortura mesmo. E quanto mais ele me zoava, mais eu ia para o lado do rock, quanto mais me batia, mais eu ia para o rock”, relatou.
Questionado se o pai havia comparecido a algum show seu, João Gordo disse que não. “O meu pai morreu sem nunca ter visto um show meu, viu pela televisão porque ele foi obrigado a me engolir”, disparou.
Por causa das agressões, João Gordo contou que ficou mais de 20 anos sem falar com o seu pai. “O meu maior medo é cometer [com a minha filha] os mesmos erros cometidos pelo meu pai [comigo]”, admitiu.
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