Salvador, 7 de dezembro de 2025
Editor: Chico Araújo

José Ignacio transforma ferro-velho em arte monumental na exposição ‘Desperta, Ferro!’ no Museu de Arte da Bahia

Foto: Guilherme Campos/Divulgação

Em cartaz a partir de 23 de outubro, a mostra reúne 20 obras em ferro, madeira e pedra, produzidas com materiais coletados em ferros-velhos de Salvador

O Museu de Arte da Bahia (MAB) inaugura, no dia 23 de outubro de 2025, a exposição ‘DESPERTA, FERRO!’, do artista José Ignacio, com curadoria de Alana Silveira e pesquisa de Ticiana Lamego. A mostra poderá ser visitada até 21 de dezembro de 2025, no espaço do MAB localizado no Corredor da Vitória, em Salvador.

Resultado de dois anos de produção e pesquisa, a exposição reúne 20 esculturas em ferro, madeira e pedra, muitas delas de grande escala, chegando a aproximadamente 3 metros de altura. As obras foram desenvolvidas a partir de peças de demolição e descarte, coletadas em mais de 20 ferros-velhos da cidade.

Com formação em arquitetura e longa trajetória como construtor, Ignacio ressignifica fragmentos industriais e cotidianos para transformá-los em estruturas de forte presença simbólica. “O ferro, tantas vezes tratado como resíduo, aqui ganha protagonismo e se revela vibrante, pleno de aspirações e de novas vocações”, destaca o artista.

A mostra dá continuidade ao percurso iniciado em “Orí Tupinambá” (CAIXA Cultural Salvador, 2023), projeto em que José Ignacio se debruça sobre relatos de viajantes do século XVI e explora materiais como pedra, madeira e metal a partir de um imaginário ancestral de
divindades sagradas. Agora, o artista concentra sua investigação na materialidade do ferro – elemento que, ao mesmo tempo em que carrega memórias industriais e sociais, também aponta para uma reflexão crítica sobre consumo, descarte e permanência.
Cada escultura criada por José Ignacio condensa uma série de elementos articulados por uma reflexão metodológica própria do artista. O projeto expográfico convida o público a acompanhar não apenas as obras finalizadas, mas também o percurso criativo, revelando esboços, estudos e a prática artesanal que sustenta sua produção.

“Caminhar pelos ferros-velhos de Salvador foi como aprender um novo idioma”, afirma Ignacio. “Cada peça parecia me escolher, carregando histórias de usos passados e abrindo possibilidades para novas existências.”

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